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Portugal em condições para iniciar desconfinamento em meados de março, segundo estudo

“Tudo indica que, a meio do mês de março, teremos atingido os patamares de segurança que nos permitem começar a levantar as restrições à mobilidade dos cidadãos”, explica Pedro Simões Coelho, presidente do Conselho Científico da Nova IMS e coordenador do projeto.
26 Fevereiro 2021, 12h31

Um estudo da COTEC Portugal e da Nova Information Management School (Nova IMS) indicam que Portugal tem condições reunidas para iniciar o desconfinamento no fim da primeira quinzena de março.

Os dados das projeções desta parceria mostram que a 14 de março o número de novos casos diários se vai aproximar de 140, enquanto o número de internamentos deve reduzir para os 1.400 e os internados em Cuidados Intensivos baixar para 240. O estudo indica uma taxa de Rt (transmissibilidade) inferior a 0,7, que pode ficar abaixo dos 0,6 no início do próximo mês, indicando “que a incidência continuará em fase descendente”.

“Tudo indica que, a meio do mês de março, teremos atingido os patamares de segurança que nos permitem começar a levantar as restrições à mobilidade dos cidadãos. É importante, no entanto, lembrar que o desconfinamento deverá ser, idealmente, progressivo, iniciando-se por atividades de menor risco e avançado para atividades de risco progressivamente maior”, sustenta Pedro Simões Coelho, presidente do Conselho Científico da NOVA IMS e coordenador do projeto.

As previsões do estado estarão abaixo dos três principais critérios de segurança que os especialistas apontam que devem guiar um desconfinamento, como uma “incidência abaixo dos 366 casos diários, a que correspondem 50 casos acumulados, em 14 dias, por 100 mil habitantes”, “hospitalizações abaixo de 1.500, ou seja, 85% da capacidade instalada idealmente alocada a internamentos Covid” e “internamentos em UCI abaixo dos 242 casos, que significam 85% da capacidade instalada idealmente alocada a internamentos Covid”.

O responsável pelo projeto adianta que “é aceite que os níveis mais baixos de ensino, como o pré-escolar ou até o primeiro ciclo, tendem a evidenciar menores riscos pelas classes etárias envolvidas e padrões de mobilidade, pelo que a sua reabertura parece ser possível ainda durante a sua semana de março”. Assim, Pedro Simões Coelho explica que “os ciclos seguintes poderão ser retomados, progressivamente, com espaçamentos de 15 dias entre si” e que “o mesmo princípio poderá ser aplicado à reabertura progressiva das atividades económicas”.

Face aos efeitos do confinamento, o estudo aponta que a taxa de desemprego a nível nacional possa ultrapassar os 8%, “com mais de 60 concelhos a nível nacional a ultrapassar os 10%”. “Vários concelhos da região do Algarve poderão mesmo ultrapassar 15% de desempregados”, aponta o estudo da COTEC Portugal e Nova IMS.

O diretor-geral da COTEC, perante este tema do desemprego, aponta que os “apoios públicos concedidos às empresas têm sido um instrumento importante para conferir resiliência ao mercado de emprego, especialmente nos sectores mais expostos aos choques dos sucessivos confinamentos” e que atualmente é importante construir um plano de reabertura da economia.

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