Portugal entre os melhores países do mundo no acesso à saúde
Mesmo com a discussão em Parlamento do acesso de estrangeiros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal e com as urgências públicas com dezenas de horas de espera, como tem sido noticiado nas últimas semanas, Portugal está entre os países mundiais com o melhor sistema de saúde universal, tendo em conta a sua cobertura.
Contudo, não está em primeiro lugar. Essa posição pertence ao Canadá, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que analisou os sistemas de saúde de 194 países, tendo como base indicadores como saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil, doenças infecciosas, doenças não transmissíveis e capacidade de serviços e serviços.
Com um índice de 100 pontos, sendo esta a melhor pontuação, o Canadá recolhe um total de 91 pontos e três países estão empatados em segundo lugar, com um total de 89 pontos, sendo eles Islândia, Coreia do Sul e Singapura.
Já Portugal está empatado com outros dois países no terceiro lugar, acumulando uma pontuação de 88 pontos. Assim, o sistema de saúde português está ao mesmo nível do Reino Unido e da Alemanha.
“Embora esta lista reflita apenas a cobertura universal da saúde, serve também para destacar a extensão da desigualdades global que existe em termos de acesso”, destaca a OMS, lembrando que está apenas em análise a nível local e não entre países e comunidades, o que iria aumentar as discrepâncias.
Em contraste aos primeiros lugares a lista, países como Sudão do Sul (34), República Centro-Africana (32), Papua Nova Guiné (30), Chade (29) e Somália (27) são os países com o pior desempenho.
A OMS destaca que a melhoria da cobertura dos serviços de saúde “estagnaram” desde 2015, “subindo apenas três pontos, num crescimento para 68 pontos em 2019 e mantendo-se até 2021”. Pelas contas da organização, estes valores são “o equivalente a 4,5 mil milhões de pessoas a viver sem total cobertura de saúde essencial desde 2021”.
“Em 2019, os gastos diretos com saúde empurraram 344 milhões de pessoas ainda mais para a pobreza extrema e 1,3 mil milhões para a pobreza”, sustenta a entidade.
