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Portugal envia militares, médicos e equipa da proteção civil para Moçambique

O anúncio foi feito hoje, em Lisboa, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva.
20 Março 2019, 22h58

Uma força de reação rápida portuguesa constituída por 35 militares, uma equipa cinotécnica e médicos parte hoje de Lisboa, a bordo de um avião C-130, para apoiar as operações em Moçambique, após a passagem do ciclone Idai.

O anúncio foi feito hoje, em Lisboa, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas, tendo acrescentado que um segundo avião C-130 português estará em condições de voar para Moçambique a partir de quinta-feira, com mais equipas de apoio.

Segundo Augusto Santos Silva, “a necessidade e utilidade da ajuda portuguesa” ficaram claras depois da reunião de hoje, em Maputo, do secretário de Estado das Comunidades, com as autoridade moçambicanas, pelo que foi ativada uma força de reação rápida “que partirá hoje mesmo no C-130 da Força Aérea para a Beira”.

Além dos 35 militares, integram a força, uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos desde segunda-feira.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional.

Neste primeiro envio, os técnicos portugueses vão estar vocacionados para o apoio às operações de busca e salvamento com uma equipa de Fuzileiros que já tinha estado numa missão anterior em Moçambique e “conhece bem as responsabilidades”, descreveu o ministro.

A força inicial integra também uma equipa médica do Exército português e meios para ajuda médica de emergência, incluindo camas, tendas e outros equipamentos, acrescentou Augusto Santos Silva.

Neste primeiro C-130 irá também um oficial de engenharia “cuja missão fundamental é identificar as necessidades mais prementes do ponto de vista dos restabelecimento das comunicações”, continuou Santos Silva.

O segundo avião C-130 deverá seguir viagem na quinta-feira. No mesmo dia deverá chegar a Moçambique uma equipa do Instituto de Medicina Legal, correspondendo a pedidos das autoridades moçambicanas, bem como do INEM e da Proteção Civil, juntamente com técnicos da empresa Águas de Portugal cujo objetivo é “contribuir para a reposição do abastecimento de água em Moçambique”.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

Moçambique cumpriu hoje o primeiro de três dias de luto nacional, decretado pelo chefe de Estado.

A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando que se trata da “pior crise humanitária no país”.

No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 82 mortos e 217 desaparecidos, bem como cerca de 1.600 casas e oito mil pessoas afetadas no distrito de Chimanimani, em Manicaland.

No Maláui, as estimativas do Governo apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos, com mais de 920 mil pessoas afetadas nos 14 distritos atingidos pelo ciclone, incluindo 460 mil crianças.

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