O IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública emitiu esta quarta-feira 970 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos, tendo pago uma taxa de alocação de 0,333%. Portugal pagou assim mais do que no último leilão comparável, em setembro, em linha com o esperado pelos analistas.
O organismo liderado por Cristina Casalinho tinha estabelecido como montante indicativo 750 a mil milhões de euros. A procura superou a oferta em 1,63 vezes.
Em setembro, no último leilão comparável, Portugal registou um novo mínimo de sempre na emissão de OT nesta maturidade ao pagar uma taxa de alocação de 0,264% para emitir 600 milhões de euros.
“Esta subida acaba por refletir um movimento que assistimos em toda a dívida soberana europeia, a título de exemplo os 10 anos alemães vieram dos -0,564% para os -0,288%”, explica Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa. “As políticas acomodatícias dos bancos centrais, bem como o abrandamento económico mundial, continuam a suportar as taxas de juro em mínimos históricos. Tendência que não deve mudar muito nos próximos meses”, acrescenta.
“O cenário atual tem permitido a Portugal estender a maturidade da sua dívida a taxas cada vez mais baixas. No inicio do ano para o mesmo prazo estávamos a pagar 1,568% e agora pagamos 0,333% é esta poupança que tem permitido ter margem de manobra para reembolsar antecipadamente alguns dos empréstimos concedidos pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira”, conclui Filipe Silva.
No mercado secundário, os juros da dívida portuguesa a dez anos negoceiam esta quarta-feira nos 0,35%.
Portugal regressa ao mercado para emissão a longo prazo, mas pode não renovar mínimos nas taxas de juro
[Atualizado às 11h15]
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