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Portugal paga taxa negativa recorde para colocar Bilhetes do Tesouro a 12 meses

O IGCP colocou mil milhões de euros em dívida a 12 meses e o 500 milhões em BT a seis meses. Em ambos os casos, a ‘yield’ foi negativa.
17 Março 2021, 10h55

Portugal pagou a taxa mais baixa de sempre para colocar mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a um ano, num leilão duplo realizado esta quarta-feira em que emitiu 500 milhões em dívida a seis meses, com yields negativas nos dois prazos e com o montante total a igualar o máximo pretendido,

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública colocou mil milhões de euros em dívida a 12 meses, com uma taxa média ponderada de -0,527%, que compara com os -0,522% no último leilão, que ocorreu a 20 de janeiro, e na qual Portugal já tinha estabelecido um novo recorde mínimo.

A agência liderada por Cristina Casalinho emitiu ainda 625 milhões de euros em dívida a seis meses, a uma taxa de juros de -0,552%, que compara com os -0,554% em janeiro.

“As yields da dívida soberana de curto prazo mantêm-se estáveis e em terreno negativo. O suporte que o Banco Central Europeu (BCE) continua a dar é fundamental para manter os níveis atuais e uma subida das taxas iria agravar ainda mais a recuperação económica europeia, que continua a um ritmo muito baixo”, referiu Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

“Os confinamentos que vão surgindo em cada país não ajudam e só atrasam este processo. Continuaremos a ter taxas negativas, pelo menos até termos sinais de crescimento na economia real e só nesta fase do ciclo económico é que se poderá começar a falar num alívio das medidas de apoio por parte dos bancos centrais,” adiantou.

Na quinta-feira passada o Conselho de Governadores do BCE reconheceu o risco que a recente subida das taxas das dívidas soberanas no mercado secundário representa para as condições de financiamento e comprometeu-se a acelerar de forma significativa o ritmo de compras de ativo no programa de emergência pandémica.

[Nota: esta notícia foi corrigida às 11h55, nomeadamente em relação aos montantes e yields da emissão. O JE pede desculpa aos leitores pelo lapso.]

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