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Portugal pode ter “papel mais forte” na vacinação nos países em desenvolvimento, defende Ordem dos Médicos (com áudio)

A Ordem dos Médicos defende que Portugal pode ter “papel mais forte” na vacinação nos países em desenvolvimento, nomeadamente junto da comunidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Bastonário Miguel Guimarães argumenta que a vacinação é um instrumento “fundamental” para vencer a pandemia da Covid-19 e sinaliza ainda que vai reforçar contactos com as suas congéneres nos PALOP para colaborar.
Cristina Bernardo
10 Dezembro 2021, 12h59

Nesta sexta-feira, 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o bastonário da Ordem dos Médicos defende que Portugal pode ter um papel mais forte na vacinação dos países em desenvolvimento, mais concretamente junto da comunidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Miguel Guimarães argumenta que que “a vacinação é um instrumento fundamental para vencermos a pandemia da Covid-19”. Mas alerta que este é um dossier que “não pode ser gerido país a país, já que desde o primeiro momento ficou demonstrado que o vírus não conhece fronteiras”.

“Por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ONU já nos veio alertar que a pandemia trouxe um aumento preocupante das desigualdades, a começar pelas taxas desproporcionadas de infeção e morte nas comunidades mais marginalizadas”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos.

Miguel Guimarães lamenta que “o aparecimento de novas variantes não é um sinal de falência das vacinas. É, sim, um sinal de um mundo que caminha a várias velocidades e em que os países mais ricos fizeram o seu percurso isoladamente, deixando uma vez mais para trás as sociedades menos estruturadas”.

O bastonário entende que a União Europeia, como um todo, pode ter um papel “crucial” nesta temática, e que Portugal pode ter um papel mais forte junto dos PALOP, sinalizando que a Ordem dos Médicos vai reforçar contactos com as suas congéneres nos PALOP para perceber a melhor forma de colaborar.

“Neste dia não posso também deixar de expressar a minha preocupação com o aumento das barreiras no acesso à saúde, tanto em Portugal como em outros países, em especial para os doentes não Covid-19, sinal de que muitas vezes o combate à pandemia não foi estruturado com base em princípios éticos”, conclui Miguel Guimarães.

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