[weglot_switcher]

Portugal “reúne condições” para ‘upgrade’ da Moody’s

Orçamento do Estado sem grandes alterações e cenário económico positivo devem motivar melhoria da notação em um nível para ‘Baa2’.
17 Janeiro 2020, 12h00

Portugal pode estrear-se nas avaliações das principais agências de notação financeira este ano com um upgrade. Segundo os analistas consultados pelo Jornal Económico, a Moody’s poderá subir em um nível o rating do país, quando se pronunciar sobre a dívida soberana portuguesa esta sexta-feira.

“Neste momento estão reunidas as condições para justificar uma subida de rating por parte da Moody’s, pelo que se tal vier a acontecer não será uma surpresa”, antecipa Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

Em agosto, a agência norte-americana manteve a notação da dívida soberana portuguesa em ‘Baa3’, mas subiu a perspetiva de ‘estável’ para ‘positiva’, citando a queda contínua e mais celére do que esperado do peso da dívida pública e a possibilidade de mais melhorias na saúde do setor bancário do país.

Filipe Garcia, economista e presidente da IMF- Informação de Mercados Financeiros, antevê ser provável que a Moody’s suba o rating em um nível, para ‘Baa2’, posicionando-se em nível equivalente à S&P e Fitch.

“Tendo as eleições ficado para trás, com o primeiro Orçamento do Estado (OE) da legislatura aprovado na generalidade e apontando ao equilíbrio e com um ambiente económico e monetário benigno, parece-me haver condições para uma subida de rating esta semana”, justifica.

O OE para 2020 continua alinhado com a estratégia seguida na anterior legislatura, portanto não deverá perturbar a avaliação da Moody’s, diz Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa.

Já a perspetiva da redução da dívida pública deverá continuar a ser um elemento de peso na decisão da agência, depois de ter salientado, no último relatório, que a queda do rácio da dívida pública face ao PIB deverá continuar, com “prováveis descidas materiais nos próximos três a quatro anos”, para abaixo de 110% do PIB em 2022.

“Se Portugal conseguir efetivamente vir a reduzir, tal como está prometido, o rácio de dívida sobre o PIB já este ano tal fato deve contribuir positivamente para a avaliação”, explica Filipe Silva.

O Governo tem destacado a evolução dos upgrades pelas principais agências, mas a presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Cristina Casalinho, antecipa que deverá demorar dois anos até que Portugal chegue ao ‘single A’.

“O que nós vemos é que são processos que demoram. Por exemplo, entre o momento em que há uma melhoria na perspetiva, em que esta é passada de estável para positiva, até se confirmar num upgrade da notação, pode no máximo demorar 18 meses e medeia entre estes dois momentos pelo menos 18 meses”, Casalinho disse ao JE em dezembro.

A última agência a pronunciar-se sobre Portugal foi a Fitch, em novembro, tendo mantido o rating inalterado em ‘BBB’ e perspetiva ‘positiva’. Estão agendadas novas avaliações pela Standard and Poor’s a 13 de março e pela DBRS a 20 de março. A primeira ronda de avaliações das agências termina com a Fitch, a 22 de maio.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.