Portugal vai ganhar 100 novos hotéis até 2028, num total de 10 mil novos quartos em todo o país. As cadeias internacionais estão a apostar forte nesta ofensiva lusa: sete em cada 10 quartos pertence a um destes grupos.
As companhias norte-americanas lideram na sua ambição portuguesa: o Hilton planeia abrir oito hotéis, com mais de mil quartos, enquanto o Marriott vai abrir sete novos hotéis, com mais de mil quartos.
Já os espanhóis da Meliá conta com cinco hotéis e mais de 700 quartos, seguidos dos britânicos do InterContinental Hotels Group (IHG), com três novos hotéis e mais de 300 quartos. Os franceses da Accor planeiam dois novos hotéis e 140 quartos, com os também norte-americanos da Hyatt a prever um hotel e mais de 200 quartos, segundo os dados da Christie & Co, consultora especializada no setor hoteleiro.
“Nos próximos quatro anos, grupos independentes, nacionais e internacionais vão acrescentar mais de 10 mil quartos em Portugal, representando um aumento de 10% no stock atual”, disse Alberto Martin, diretor de investimento da Christie & Co para a Península Ibérica. “O país está bem posicionado para continuar a atrair novos projetos de hotéis, pois está posicionado como um ponto de entrada importante para os turistas norte-americanos e oferece um acesso conveniente aos principais aeroportos europeus”.
Por regiões, 80% dos hotéis previstos estão localizados a grande Lisboa, Norte e Algarve, com estas regiões a perderem 5% no pipeline o que poderá dever-se a uma “mudança gradual para outras localizações e a vontade dos investidores de explorarem mercados alternativos”.
Outras regiões em destaque são Setúbal e o Alentejo, onde o stock atual vai crescer em quase 20% e mais de 10% até 2027.
O crescimento em destinos secundários representa um “mix equilibrado entre os projetos independentes e os de marca, uma tendência muito diferente face a destinos primários como Lisboa, Porto, Algarve e Açores”, destaca.
A Christie aponta que a abertura de novos hotéis é positivo, mas tem desafios para a indústria nacional de turismo. “A expansão considerável em cidades como Lisboa e Porto pode resultar num enfraquecimento temporário da ocupação, apesar dos benefícios na qualidade geral do stock de quartos no longo prazo”.
“Esta melhoria vai ser levada a cabo pela entrada de mais marcas internacionais com qualidade rigoroso e padrões de design. Isto vai aumentar a concorrência e levar marcas independentes e tradicionais a renovarem projetos datados”, segundo Alberto Martin.
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