Entre janeiro e abril de 2018, foram registadas, no Portal da Queixa, 442 reclamações contra várias autarquias do país, um crescimento significativo face às 258 reclamações registadas em igual período de 2017, num aumento de 71%.
Entre os principais motivos de reclamação apresentados pelos munícipes, esclarece o Portal em comunicado, estão questões relacionadas com o Estado das vias e das infraestruturas camarárias, a Limpeza e recolha de resíduos sólidos, a sinalização deficitária, o barulho/ruído sem regras e fiscalização, a Iluminação parca e sem manutenção e multas/reboques desajustados.
Em análise a estes resultados, Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, considera que traduzem “uma mudança de comportamento dos cidadãos que, cada vez mais, recorrem à internet como fonte de informação e canal de reclamação”, acrescentando que as redes sociais, onde se enquadra o próprio Portal, se assumem hoje “como canais preferenciais para os consumidores/munícipes manifestarem publicamente as suas preocupações e reivindicações, mostrando, neste caso, o seu interesse pelo concelho e, simultaneamente, desempenhando, de certa forma, um papel de supervisão ao trabalho do executivo camarário”. É, pior isso, igualmente relevante “reconhecer o desempenho de todas as câmaras municipais que apostam na inovação tecnológica para estreitar os canais de diálogo e marcar uma comunicação de proximidade com os munícipes”, conclui.
Lisboa, Porto e Oeiras no pódio
A liderar o ‘TOP 10’ das autarquias com maior número de reclamações estão – nas três primeiras posições – a Câmara Municipal de Lisboa, seguindo-se a Câmara Municipal do Porto e a Câmara Municipal de Oeiras que foi alvo de um aumento das queixas na ordem dos 314%, face ao período homólogo.
Pela positiva, destaca-se a Câmara Municipal de Sintra por ser a única autarquia a não sofrer acréscimo do número de reclamações no período em análise. O décimo lugar é ocupado pela Câmara Municipal de Matosinhos que, tal como a autarquia do Seixal, registou apenas mais uma reclamação do que em 2017.
Se por um lado, se assiste ao crescimento das reclamações dirigidas ao serviço público – consequência da alteração de comportamento dos cidadãos (mais interessados e cibernautas e, por isso, mais interventivos e queixosos) – por outro, há um reconhecimento de que o setor público tem reforçado a aposta na gestão das reclamações junto dos munícipes, ressaltando aqui o desempenho de algumas autarquias do país ao adotarem políticas de inovação tecnológica que lhes permite garantir uma comunicação de proximidade com os munícipes. São exemplo disso a Câmara Municipal de Lisboa e a Câmara Municipal do Porto.
A atestar o bom desempenho das maiores autarquias do país, está a avaliação de alguns dos munícipes queixosos que, após registarem as reclamações no Portal da Queixa, atribuíram nota máxima ao tratamento e resolução por parte das autarquias, expressando ainda a sua satisfação no célere desbloqueamento das situações.
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