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Portugueses têm ido mais às compras, mas cesto é mais pequeno

O estudo aponta que os consumidores portugueses têm feito mais três cestos de compras do que em comparação com o primeiro confinamento, decretado em março e abril de 2020, mas que estes cestos são de menor valor e tamanho, com cada cesto a valer menos 13,5%.
  • José Coelho/Lusa
15 Abril 2021, 16h19

Apesar do confinamento ainda em vigor, os portugueses têm estado mais presentes nas lojas em 2021, com um número médio diário de compradores acima de 20% face à média apresentada no ano passado, revela um estudo da Kantar e Centromarca.

A análise da consultora de mercado e Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca indica que o dia de maior afluência às lojas foi após o anúncio do plano de desconfinamento apresentado pelo Governo.

O estudo aponta que os consumidores portugueses têm feito mais três cestos de compras do que em comparação com o primeiro confinamento, decretado em março e abril de 2020, mas que estes cestos são de menor valor e tamanho, com cada cesto a valer menos 13,5%. “Este comportamento contrasta com o verificado no primeiro confinamento, em que os consumidores reduziram o número de cestas, mas estas eram maiores em tamanho e a cada visita”, explica o estudo.

Na escolha das marcas que compravam, os portugueses tiveram preocupação em “racionalizar o orçamento”, privilegiando as marcas de distribuição. Com os consumidores a dares destaque às marcas de supermercado, estas pesaram quase 39% do total gasto em bens de grande consumo durante os dois períodos de confinamento em análise.

“O número médio de compradores aumentou gradualmente conforme a evolução dos casos diários, ou seja, a diminuição do número de casos levou a mais idas às compras por produtos de grande consumo”, adianta Marta Santos, manufacturers sector director da Kantar.

“A maior afluência e presença nas lojas poderá estar relacionada com uma maior experiência e capacidade em lidar com a pandemia e as medidas impostas. Já a preocupação na escolha das marcas dever-se-á a uma adaptação do orçamento familiar, por força dos sinais de crise económica gerada pela pandemia”, explica a responsável da Kantar.

Neste contexto pandémico, o online e os canais tradicionais, como mercearias de bairro, foram privilegiados face aos hiper e supermercados, com os consumidores a descentralizarem os seus canais de compra. Apesar de existirem antes da pandemia, o primeiro confinamento foi a rampa de lançamento para os canais online, com estes a crescerem com novos consumidores.

De acordo com o estudo, dois em cada dez lares portugueses optaram por fazer uma compra online em bens de grande consumo e mais 148 mil lares escolheram realizar as suas compras através do online nos dois primeiros meses de 2021 face ao primeiro confinamento.

“O segundo confinamento acabou por ser a confirmação de que o online é um canal viável para uma compra segura e prática, resultando no crescimento significativo de compra de produtos frescos, por norma adquiridos na loja física. Pode concluir-se que o canal online é cada vez mais relevante na distribuição em Portugal e está a entrar na rotina dos portugueses, com cada vez mais lares a realizar este tipo de compra”, aponta Marta Santos.

Por sua vez, Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, aponta que a “maturidade dos portugueses deveria motivar o Governo a desconfinar também algumas legislações aprovadas ao abrigo dos vários estados de emergência que continuam a afetar administrativa e artificialmente o mercado”.

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