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Poupar para a reforma: Qual a diferença entre fundos ou seguros PPR?

Entre as soluções de aplicações para as poupanças para a reforma há diferenças e a própria idade com que se começa leva a que seja mais ou menos rentável. O mesmo acontece com o montante que se consiga poupar.
23 Outubro 2018, 18h00

A poupança para a reforma não é algo que em se deva pensar só quando os cabelos brancos começam a aparecer. Pelo contrário, qualquer pessoal deve começar desde cedo fazê-lo, segundo o gabinete financeiro da Deco – Associação Portuguesa para Defesa do Consumidor, a Proteste Investe. Mesmo quem já o faz, pode vir a perder dinheiro se o deixar debaixo do colchão.

Entre as soluções de aplicações para as poupanças para a reforma há diferenças (e a própria idade com que se começa esse investimento leva a que as opções sejam mais ou menos rentáveis). O mesmo acontece com o montante, pois será diferente caso se consiga apenas poupar algumas centenas de euros por ano ou para quem possui patrimónios mais avultados.

“Muitas pessoas não poderão manter o nível de vida a que estão habituados durante o período ativo apenas com a reforma atribuída pelo Estado, ainda que a esta se junte um eventual complemento proporcionado pela empresa. Para evitar a diminuição dos rendimentos quando chegar à reforma terá de poupar regularmente e rentabilizar da melhor forma todos os euros que for colocando de parte”, avisa a Proteste Investe.

Os planos poupança-reforma (PPR) estão entre as propostas mais comuns das instituições financeiras quando se falam em poupanças para a reforma. Podem ter a forma de fundo ou, mais frequentemente, de seguro. Em ambos os casos há vantagens e desvantagens.

PPR: fundo vs seguro

Os fundos PPR assemelham-se a fundos de investimento mobiliário em que o aforrador pode acompanhar a evolução do investimento por estar dividido em unidades de participação, cujo valor deve ser publicado, pelo menos, uma vez por mês. “Na prática, essa informação é mais regular, sendo o valor da maioria dos fundos divulgado todos os dias úteis no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e nos jornais de maior circulação”, explica.

No momento do reembolso, é entregue ao investidor o montante aplicado e a totalidade dos rendimentos líquidos gerados (deduzidos de custos suportados pelo fundo e comissões). No entanto, se houver perdas, o subscritor pode inclusive receber menos do que investiu.

Por outro lado, os seguros PPR são produtos financeiros sob a forma de seguros de capitalização, cuja estratégia é mais defensiva, e que, normalmente, garantem o capital e um rendimento mínimo. Neste caso, a seguradora usa o montante recebido pelos PPR comercializado e investe num fundo autónomo.

O ponto negativo é que os custos costumam também ser bastante mais elevados. Acresce ainda o facto de não ser possível acompanhar a evolução do investimento porque as cotações não são publicadas. Anualmente, é enviado pela seguradora um documento com o saldo, incluindo o rendimento obtido pelo fundo e as comissões cobradas.

O que é que compensa mais?

A Proteste Investe é peremptória: a chave para escolher entre um fundo e um seguro PPR está na idade. “Se tem menos de 57 anos, invista num fundo PPR. Se estiver a mais de 10 anos de atingir a reforma, pode subscrever um PPR sob a forma de fundo com parte aplicada em ações”, diz, apontando para os cálculos que faz.

Um aforrador com 40 anos, ou seja a 27 anos da reforma, que aplica 100 euros por mês no fundo PPR preferido do gabinete financeiro (classificado como Escolha Acertada) – assumindo que este iria manter o retorno médio gerado nos últimos três anos – iria chegar à reforma com 141 mil euros. Um depósito ou outra aplica que renda 1% brutos ao ano, levaria a 36 mil euros líquidos de poupança.

Por outro lado, para quem tem 57 anos ou mais, a Proteste Investe aconselha um seguro PPR. “Chegou a uma idade crucial: está a 10 anos ou menos da reforma e, como tal, não deve correr riscos desnecessários. Transfira o seu PPR sem capital garantido para um PPR com garantia de capital, para que nos anos que antecedem a reforma não corra o risco de perder o que acumulou”, afirmou.

“Conclusão: quanto mais cedo iniciar a poupança para a reforma, melhor. No longo prazo, pequenas diferenças de rendimento fazem milagres no montante acumulado”, refere a análise da Proteste Investe, que acrescenta ainda que quem tenha montantes mais elevados para investir não deve colocá-los todos em PPR porque têm pouca liquidez.

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