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PP bloqueia apoio ao PSOE pela abstenção na investidura

Pablo Casado quer que o líder do PSOE se afaste, depois de ter perdido as eleições de domingo. Neste momento, as vozes internas populares propensas à abstenção são poucas e pouco influentes.
12 Novembro 2019, 07h33

O secretário-geral do PP, Teodoro García Egea, descartou que o seu partido venha a facilitar uma investidura do socialista Pedro Sánchez – que ganhou as eleições de domimgo passado, mas não conseguiu sair do grupo dos derrotados, depois de o seu partido ter perdido deputados. “Não podemos incentivar a Espanha a ter um presidente em que nem os seus parceiros confiam”, afirmou.

García Egea convidou o PSOE a “refletir” sobre a continuidade do seu líder, embora também tenha descartado que o PP poderia considerar a abstenção se o PSOE mudasse de candidato; é algo que nem sequer está em debate interno, disse. Mas há vozes no seio do PP que levantaram a hipótese deste cenário – a abstenção em matéria de investidura, o que permitiria ao PSOE formar governo.

A reação do PP aos resultados das eleições só tem um objetivo: combater Sánchez. O líder popular, Pablo Casado, dirá hoje ao comité executivo nacional do partido que o PP é a alternativa ao PSOE e deve concentrar-se politicamente nisso.

“Alguém tem que pagar por essa irresponsabilidade. Foram gastos 200 milhões de euros nestas eleições”, disse o secretário-geral do PP. O número dois dos populares chegou a dizer que o presidente em exercício e “seus gurus” provocaram a repetição das eleições sem necessidade. “Não há possibilidade de apoiarmos Sánchez”, disse.

A mensagem foi muito mais forte que a de Casado na noite das eleições e parece ter sido avançada para que os eleitores deixassem de colocar em opção a eventualidade de o PP contribuir para a criação de um governo socialista. Esta hipótese tinha sido avançada por Albert Rivera, líder do Cidadãos (que entretanto se demitiu), como forma de solucionar uma crise política que, como todos esperavam, não veio resolver o problema da ingovernabilidade em Espanha.

Mas ainda há esperança (na ótica de Sánchez): o presidente de Málaga, Francisco de la Torre, um influente popular de 76 anos, disse que “eu não excluiria que o PP possa abster-se para facilitar rapidamente um governo do PSOE com condições em matéria de política económica, coesão nacional e educação”.

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