Giuseppe Lavazza, presidente do italiano grupo Lavazza, adiantou ao jornal britânico “Financial Times” que o preço do café poderá subir 10% nas prateleiras dos supermercados em 2025, em cima dos 15% que ficou mais caro este ano naquele país.
Lavazza fechou o exercício de 2023 com um volume de negócios de 3,1 mil milhões de euros, mais 13% do que no ano anterior, mas diminuiu o lucro em 28,5%, para 68 milhões de euros devido ao aumento dos custos das matérias-primas.
Recentemente, Antonio Baravalle, CEO do Grupo, tinha alertado que em 2023, “o cenário macroeconómico para a indústria foi extremamente complexo, devido ao forte aumento dos custos das matérias-primas, com preços a níveis recorde para o café verde e Robusta em particular“.
Basicamente, quatro fatores explicam a tendência altista: alterações climáticas, perturbações no transporte marítimo no mar Vermelho, regulamentação da União Europeia prevista para 2025 e especulação.
As más colheitas fazem sentir-se em países como o Vietname e a Indonésia, grandes produtores mundiais. No mar Vermelho, os ataques dos houthis aos navios de comércio internacional aumentaram obrigaram a rotas alternativas mais demoradas e caras, o que levou os torrefadores a aumentar os preços e a reduzir as margens de lucro, enquanto o custo das matérias-primas continuava a aumentar.
Para piorar o cenário atual, Bruxelas vai aprovar já no próximo ano legislação que proíbe a venda de café e outros seis produtos cultivados em áreas desmatadas.
Menos oferta e continuação do aumento dos preços em perspetiva potenciam a especulação. O espanhol “El Economista” reporta esta quarta-feira, que na praça londrina, referência mundial para a commodity, os futuros atingiram o máximo de 4.844 dólares por tonelada, culminando uma subida de 70% em 2023. Também em Nova Iorque, os futuros do café Arábica estão em máximos de dois anos.
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