Preços abaixo dos 80 dólares deixam petróleo à beira do abismo

A quebra nos preços para baixo da fasquia dos 80 dólares colocam o petróleo à beira do abismo devido ao contexto geopolítico que se vive no Médio Oriente e o impacto que esse cenário pode ter na oferta e procura do brent no mercado, de acordo com os analistas ouvidos pelo jornal “El Economista”.

O preço do petróleo fechou a última semana com uma descida superior a 6%, o que deixou o crude, referência na Europa, nos 83,8 dólares, e o West Texas, referência nos Estados Unidos, nos 78 dólares, provocado por um abrandamento nos receios do conflito no Médio Oriente.

“A queda de 6% no preço do petróleo brent na semana passada deveu-se, em parte, ao abrandamento dos receios de que uma escalada das hostilidades no Médio Oriente pudesse pôr em perigo o abastecimento de petróleo. A geopolítica naquela região continuará a ser o foco de atenção no mercados petrolíferos durante os próximos dois meses”, aponta a Capital Economics.

Algo em que todos os analistas concordam é que nas últimas semanas o preço do petróleo tem estado sob pressão. “Parece que os desenvolvimentos políticos no Médio Oriente determinam as tendências a curto prazo”, referem Carsten Fritsch e Barbara Lambrecht, economistas do Commerzbank.

No entanto, as responsáveis assumem ser um “erro” analisar as quebras no preço do petróleo, apenas pelo contexto geopolítico. A análise técnica indica que o petróleo encontra-se perto do abismo, que pode funcionar como suporte e evitar novas quedas, mas novos dados de acumulação do stock podem levar o petróleo a ceder vários dólares de uma só vez.

De resto, os dados divulgados na última semana pela Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos indicam que o stock comercial de petróleo bruto, excluindo a Reserva Estratégica de Petróleo, aumentou em 7,3 milhões de barris, para 460,9 milhões de barris na semana encerrada em 26 de abril.

O aumento das reservas de petróleo é geralmente um sinal de novas quedas no preço do petróleo bruto, dado que quanto mais este se acumula nos tanques de armazenamento, menos petróleo bruto precisa ser extraído nas próximas semanas para produzir gasolina ou diesel.