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Preços dos bilhetes de avião em risco de sofrer aumentos até 50%

A baixa procura por voos este ano deverá levar as companhias aéreas a aumentarem os preços, segundo uma previsão da IATA.
6 Maio 2020, 10h45

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) alertou para o facto das companhias aéreas estarem ansiosas pela retoma da atividade, o que poderá fazer com que baixem os preços das tarifas aéreas numa fase inicial, mas logo depois deverá ter lugar um aumento de 50%, segundo a “BBC”.

A baixa procura por voos deverá levar, numa primeira fase, as empresas a reduzirem os preços dos voos, mas depois, com as limitações de lotação nos aviões deverão aumentar substancialmente os preços.

A redução inicial dos preços deve-se à baixa procura que os especialistas preveem para os primeiros meses na retoma da atividade aérea, colocando pressão sobre as companhias aéreas que querem chegar a saldo positivo até ao final do ano.

A IATA estima que apenas quatro das 122 companhias aéreas que analisou seriam capazes de se equilibrar nessas condições, o que pode abrir portas a fusões no setor. O aumento de tarifas é “inevitável” para as transportadoras permanecerem comercialmente viáveis.

A organização avisa que a “ansiedade” das companhias aéreas em retomar atividade poderá levar ao excesso de capacidade, ou seja, à sobrelotação das aeronaves.

No atual molde de segurança sanitária, as propostas de distanciamento social obrigam as companhias aéreas a manter os assentos intermediários livres, algo que implica um impacto significativo nos lucros, uma vez que são forçadas a voar com menos passageiros.

Michael O’Leary, presidente executivo da Ryanair, já afirmou que “manter os assentos do meio vazios [numa fase posterior ao confinamento] é idiota”.

Com a maioria das companhias aéreas a enfrentarem uma grave crise motivada pela pandemia de Covid-19, a luz ao fundo do túnel parece difícil de alcançar. A Virgin Atlantic disse que vai cortar mais de três mil empregos, incluindo o encerramento das suas operações no aeroporto de Gatwick, Inglaterra. Em abril, a Virgin Austrália entrou em administração voluntária e os analistas temem que outras companhias aéreas sigam o mesmo caminho.

Brian Pearce, economista da IATA, afirmou que dentro das atuais restrições relativas ao distanciamento social “é complicado entender quantas companhias aéreas poderão operar com lucro. Será uma indústria muito menor”.

A IATA coloca em causa a eficácia das medidas aplicadas ao setor da aviação para proteger os passageiros, uma vez que não é claro que o distanciamento social através dos assentos médios vagos funcione de maneira a evitar a propagação do vírus. Em vez disso, a IATA apoia o uso de máscaras faciais pelos passageiros para garantir um voo mais seguro.

As companhias aéreas só poderão aumentar o preço das tarifas em 2021 quando o número de passageiros recuperar (de acordo com as estimativas da IATA), até lá os preços vão manter-se baixos, numa tentativa de estimular a procura.

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