Os preços em Moçambique sofreram uma deflação em maio, pelo segundo mês consecutivo e a sexta em 13 meses, influenciada pelo setor da alimentação, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) consultados hoje pela Lusa.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de maio do INE indica que Moçambique “registou uma queda de preços na ordem de 0,36%” face a abril (queda de 0,38% face a março), em que se destacou o setor da alimentação e bebidas não alcoólicas, ao contribuir no total da variação mensal com 0,39 pontos percentuais negativos.
Trata-se da sexta deflação nos preços em Moçambique em pouco mais de um ano, depois de o IPC ter registado queda de preços de 0,11% em agosto, de 0,05% em julho, de 0,21% em junho e de 0,38% em maio, de 2024, além de 0,38% em abril deste ano.
O INE refere igualmente que, quando comparado com 2024, o IPC indica uma subida de preços homóloga em maio de 4% (3,99% no final de abril), influenciada sobretudo pelas divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas e de restaurantes, hotéis, cafés e similares, que aumentaram num ano 8,73% e 8,35%, respetivamente.
A inflação acumulada de 2024, segundo dados anteriores do INE, fixou-se nos 4,15%, que compara com os 5,3% de 2023, mas abaixo do pico de quase 13% atingido em julho de 2022.
O Governo prevê que Moçambique feche 2025 com uma inflação em torno de 7%.
O Banco de Moçambique estima que a inflação anual vai continuar a desacelerar nos próximos meses, refletindo a recente decisão de isentar de IVA alguns produtos básicos e reduzir em até 60% as tarifas de portagens.
“No curto prazo, prevê-se a manutenção da tendência para desaceleração da inflação anual, a refletir o impacto da isenção do IVA nos produtos básicos (açúcar, óleo alimentar e sabão), o ajustamento em baixa das tarifas de água e portagens e a queda dos preços de alimentos no mercado internacional, num contexto de estabilidade do metical”, lê-se no relatório de Conjuntura Económica e Perspetivas de Inflação, noticiado esta semana pela Lusa.
O documento aponta ainda que o habitual inquérito aos agentes económicos “corrobora as perspetivas de desaceleração da inflação anual”, já que as expectativas macroeconómicas dos agentes económicos reveladas no estudo de maio “apontam para uma inflação anual de 4,90% em dezembro de 2025, o que representa uma revisão em baixa de 3 pontos base face às expectativas divulgadas no inquérito de abril”.
“Contudo, persistem riscos e incertezas consideráveis, de natureza sobretudo interna, que impõem desafios à manutenção deste cenário, com destaque para os impactos do crescente agravamento da situação fiscal, a incerteza quanto à velocidade de recuperação da capacidade produtiva e de oferta de bens e serviços, assim como os efeitos dos choques climáticos”, acrescenta o relatório.
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