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Prémio André Jordan: 10 anos a contribuir para a “valorização e promoção” do mercado imobiliário

A edição de 2020 do Prémio André Jordan coincide com os 10 anos de nascimento deste prémio, que este ano devido à pandemia da Covid-19 terá de se realizar via online. A importância deste galardão para o setor imobiliário tem vindo a aumentar de ano para ano, de tal forma que nesta edição foi batido […]
19 Novembro 2020, 18h03

A edição de 2020 do Prémio André Jordan coincide com os 10 anos de nascimento deste prémio, que este ano devido à pandemia da Covid-19 terá de se realizar via online. A importância deste galardão para o setor imobiliário tem vindo a aumentar de ano para ano, de tal forma que nesta edição foi batido o recorde de projetos em concurso, num total de 47 trabalhos, com alguns dos participantes a já terem vencido em anos anteriores.

Do total de candidaturas, 14 incidiram na classe de mestrados, 13 na de doutoramentos e 20 na de artigos científicos. Augusto Mateus, professor e presidente do júri fala em entrevista ao Jornal Económico (JE) sobre a importância que este prémio tem dado ao setor imobiliário e quais os principais critérios que um projeto deve conter para o vencer.

Que balanço faz dos primeiros 10 anos do Prémio André Jordan?

O prémio André Jordan conseguiu consolidar-se como uma iniciativa resiliente e duradoura com importante relevância objetiva quer na aproximação e colaboração entre o mundo do ensino superior e da investigação e o mundo empresarial, quer na melhoria da qualidade das políticas públicas. O balanço é, assim, muito positivo na medida em que o prémio adquiriu importância no estímulo à investigação e à divulgação dos seus resultados, no reforço das dimensões estratégicas das políticas públicas e das estratégias empresarias e no alargamento da transversalidade do olhar da população sobre os contributos do setor imobiliário.

Qual a importância e contributo que este prémio tem dado para o setor imobiliário em Portugal?

O prémio André Jordan tem contribuído para reforçar, na sociedade portuguesa, uma agenda moderna e complexa de valorização do imobiliário como instrumento de promoção de processos de desenvolvimento económico e social dotados de maior qualidade, equilíbrio e sustentabilidade, nomeadamente ao priorizar aspetos como a articulação entre habitação e habitat, o contributo da criatividade e da digitalização para a geração de valor, o alinhamento do funcionamento e regulação dos mercados e dos investimentos imobiliário com as características da procura ou as dinâmicas mais efetivas de reabilitação e renovação do edificado no quadro, bem como os novos eixos de afirmação da sustentabilidade e inteligência das cidades.

Quais são os principais critérios de seleção para a escolha do vencedor nas diferentes categorias?

Os dois critérios básicos utilizados são a qualidade científica e técnica dos trabalhos apresentados, por um lado, e a pertinência das respetivas conclusões e recomendações para o aumento da competitividade das empresas e da eficácia das políticas públicas, por outro lado. Este prémio representa um aproximação do mundo académico, fazendo da excelência científica uma rigorosa condição necessária de acesso, e da relevância para a vida das empresas, a regulação dos mercados e a qualidade dos investimentos uma condição suficiente adicional para a discriminação positiva dos trabalhos.

Que evoluções têm sido mais visíveis nos projetos que têm surgido ao longo destes 10 anos?

As características dos muitos trabalhos apresentados nos 10 anos do prémio refletem, em primeiro lugar, um progressivo alargamento da abrangência das disciplinas científicas envolvidas, da engenharia à arquitetura, da economia à sociologia, da gestão ao direito. Em segundo lugar os trabalhos refletem, também, uma progressiva transversalidade dos temas tratados valorizando, desse modo, a abordagem das implicações económicas e sociais mais societárias e contribuindo para uma melhor compreensão da importância estratégica das realidades humanas e sociais onde o imobiliário vai agindo, da melhoria das cidades à sustentabilidade do turismo, da qualidade dos habitats à flexibilidade e adequação das habitações a necessidades mais diversificadas, da inovação tecnológica à adoção de novos modelos patrimoniais e de financiamento.

Como perspetiva os futuros projetos deste prémio, mas também para o setor imobiliário em geral?

Os futuros projetos do prémio não deixarão, nomeadamente  na próxima edição, de refletir, por um lado, as profundas mudanças em curso, onde os efeitos da resistência e mitigação da pandemia, que em vários domínios geraram novas centralidades para a “casa” em termos de consumo e trabalho, nas também, novas formas de mobilidade e distribuição dos bens e, por outro lado, e a natureza os planos para a recuperação económica, posteriores ao controlo da pandemia, que não deixarão de procurar acelerar um conjunto de transições (energética, digital, descarbonização, mobilidade) com profundas implicações para a configuração do próprio setor imobiliário.

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