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Presidenciais de Cabo Verde na reta final

Segundo uma sondagem recente, o ex-primeiro-ministro José Maria Neves está confortavelmente à frente de outro ex-primeiro-ministro, Carlos Veiga. Mas uma segunda volta não está fora de hipótese.
12 Outubro 2021, 18h20

Cabo Verde realiza eleições presidenciais em 17 de outubro, domingo próximo, às quais já não concorre Jorge Carlos Fonseca, que cumpre o segundo e último mandato como Presidente da República. O Tribunal Constitucional anunciou em 24 de agosto que admitiu as candidaturas a estas eleições de José Maria Pereira Neves, Carlos Veiga, Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, Hélio Sanches, Joaquim Jaime Monteiro e Casimiro de Pina.

É a primeira vez que Cabo Verde regista sete candidatos oficiais à Presidência da República em eleições diretas, depois de até agora o máximo ter sido quatro, em 2001 e 2011. A campanha eleitoral decorre desde 30 de setembro e fecha a 15 de outubro e em caso de uma segunda volta, ela terá lugar a 31 do mesmo mês.

De acordo com a Constituição de Cabo Verde, o Presidente da República é eleito por sufrágio universal e direto pelos cidadãos eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro. Só pode ser eleito Presidente da República o cidadão “cabo-verdiano de origem, que não possua outra nacionalidade”, seja maior de 35 anos à data da candidatura e que, nos três anos “imediatamente anteriores àquela data, tenha tido residência permanente no território nacional”.

Cabo Verde já teve quatro Presidentes da República desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975-1991) e por eleição indireta, seguido do também já falecido António Mascarenhas Monteiro (1991-2001), o primeiro por eleição direta. Em 2001 foi eleito Pedro Pires e dez anos depois Jorge Carlos Fonseca.

As últimas presidenciais em Cabo Verde, que reconduziram o constitucionalista Jorge Carlos Fonseca como Presidente da República, realizaram-se em outubro de 2016 e o candidato foi eleito à primeira volta, com 74% dos votos.

Entretanto, segundo a última sondagem, José Maria Neves (primeiro-ministro de 2001 a 2016) continua como o candidato previsivelmente mais votado nas presidenciais, com uma vantagem confortável sobre Carlos Veiga (primeiro-ministro de 1991 a 2001), mas deixa alguma incógnita sobre se será eleito à primeira volta.

A sondagem, divulgada pelo jornal cabo-verdiano “Mercado”, confirma a tendência de um estudo anterior, que conferia a José Maria Neves 38,3% das intenções de voto, 7,6 pontos acima de Carlos Veiga, que recebia 30,7%, o que implicaria uma segunda volta. Na terceira posição surgia o candidato Hélio Sanches, com apenas 1,7% das intenções de voto, mais 0,5 ponto que Joaquim Monteiro (1,2%). Os restantes candidatos, Fernando Delgado (0,6%), Casimiro de Pina (0,5%) e Gilson Alves (0,2%) podem ter votações meramente marginais.

Segundo o mesmo jornal, a campanha dos dois principais candidatos tem sido centrada apenas no confronto entre ambos e tem por vezes atingido alguma tensão. Carlos Veiga tem sido alvo de muitas acusações por parte de José Maria Neves no debate, que assim tenta escapar a uma eventual segunda volta – onde pode ter de se confrontar com a confluência de votos contra si.

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