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Presidenciais: Ventura recua e já admite manter-se na liderança do Chega se ficar atrás de Ana Gomes

O líder do Chega, André Ventura, considera que, se a ex-diplomata Ana Gomes ficar à sua frente nas eleições presidenciais de janeiro, é porque fez “um mau trabalho” e irá dar ao partido a “palavra final” sobre a sua liderança. Em setembro, tinha dito que se demitiria.
1 Novembro 2020, 18h33

O presidente do Chega e pré-candidato a Presidente da República, André Ventura, voltou atrás naquilo que disse no início de setembro e admite agora manter-se na liderança do partido, caso fique atrás da ex-diplomata Ana Gomes nas presidenciais de janeiro. André Ventura considera que, se Ana Gomes ficar à sua frente nas eleições, é porque fez “um mau trabalho” e irá dar ao partido a “palavra final” sobre a sua liderança.

“Se ficar atrás de Ana Gomes [nas eleições presidenciais] vou devolver ao partido a palavra final sobre a minha situação no Chega”, garantiu André Ventura, em entrevista ao “Diário de Notícias”. Questionado sobre se pondera manter-se, caso seja essa a vontade do partido, disse: “Admito que sim e admito que não, admito os dois cenários”.

A decisão contraria aquilo que tinha escrito no Twitter, no início de setembro, de que se demitiria da presidência do Chega, caso ficasse atrás da ex-eurodeputada socialista nas eleições presidenciais. “A Ana Gomes vai ser a pior candidata presidencial de sempre: histérica, obcecada com os seus inimigos de estimação, amiga das minorias que vivem do nosso trabalho. Se por acaso ficasse à minha frente demitia-me de líder do Chega”, prometeu então.

Para o líder do Chega, ficar atrás de Ana Gomes nas presidenciais seria sinal de que fez “um mau trabalho”. “Não digo isto por demérito de Ana Gomes. Vamos ser francos: se Ana Gomes tivesse o apoio do PS era uma coisa, agora, não tem o apoio do PS. Já disse uma vez, meio a brincar meio a sério que suspeito que António Costa preferia que fosse eu Presidente da República do que a Ana Gomes. Portanto, não vai ter o apoio de ninguém do PS”, disse.

“[Ana Gomes] uma candidata que não tem agregado nada, tem fraturado; é uma candidata que não tem o apoio de quase nenhum espaço político parlamentarmente representado – agora tem do PAN. Assim, com o perfil de Ana Gomes, se ela ficar à minha frente, eu fiz um mau trabalho”, reiterou.

A mais recente sondagem das eleições presidenciais da Intercampus, feita para o “Jornal de Negócios” e “Correio da Manhã”, aponta para uma vitória do atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa – que ainda não revelou se será ou não recandidato –, com 60,3% das intenções de voto. Em segundo lugar, aparece Ana Gomes 14% dos votos e só depois André Ventura, com 9,4%.

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