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Presidente assina decreto que oficializa luto nacional pela morte de Jorge Sampaio

No site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa decreta que a bandeira nacional seja içada a meia-haste em todos os edifícios públicos durante os três dias de luto nacional, “devendo ser cancelados ou adiados os eventos organizados ou promovidos por entidades ligadas ao Estado”.
10 Setembro 2021, 16h11

O Presidente da República já assinou o decreto que fixa o luto nacional de 11 a 13 de setembro na sequência do falecimento do antigo Presidente Jorge Sampaio, esta sexta-feira, 10 de setembro.

No site da Presidência lê-se que “o luto nacional implica que a bandeira nacional deve ser içada a meia-haste em todos os edifícios públicos, devendo ser cancelados ou adiados os eventos organizados ou promovidos por entidades ligadas ao Estado”, isto implica também as campanhas e ações de campanha de candidatos às eleições autárquicas que já foram cancelados pelos próprios partidos.

A medida já tinha sido anunciada pelo próprio primeiro-ministro que esclareceu ainda que ainda hoje seriam “anunciadas as datas, locais e horário dos diferentes momentos das cerimonias fúnebres que acompanharão o dr. Jorge Sampaio”. O velório de Jorge Sampaio deverá realizar-se a partir de amanhã, sábado 10 de setembro, no antigo picadeiro real junto ao Palácio de Belém, Lisboa, segundo a “SIC Notícias”.

“Em nome do Governo e dos portugueses, apresento à família as mais sentidas condolências pela memoria de alguém que foi um exemplo e um lutador pela liberdade e pela democracia e que tanto prestigiou a nossa vida política com a sua verticalidade ética”, afirmou António Costa, em declarações a partir do Palácio de Belém. 

Jorge Sampaio morreu esta sexta-feira, 10 de setembro, aos 81 anos. Foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993. Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações, lembra a “Lusa”.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país. Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974, recorda a “Lusa”.

Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como a defesa dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da `Capela do Rato’, em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial. Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978, destaca a agência noticiosa. Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992).

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