O Presidente da República já assinou o decreto que fixa o luto nacional de 11 a 13 de setembro na sequência do falecimento do antigo Presidente Jorge Sampaio, esta sexta-feira, 10 de setembro.
No site da Presidência lê-se que “o luto nacional implica que a bandeira nacional deve ser içada a meia-haste em todos os edifícios públicos, devendo ser cancelados ou adiados os eventos organizados ou promovidos por entidades ligadas ao Estado”, isto implica também as campanhas e ações de campanha de candidatos às eleições autárquicas que já foram cancelados pelos próprios partidos.
A medida já tinha sido anunciada pelo próprio primeiro-ministro que esclareceu ainda que ainda hoje seriam “anunciadas as datas, locais e horário dos diferentes momentos das cerimonias fúnebres que acompanharão o dr. Jorge Sampaio”. O velório de Jorge Sampaio deverá realizar-se a partir de amanhã, sábado 10 de setembro, no antigo picadeiro real junto ao Palácio de Belém, Lisboa, segundo a “SIC Notícias”.
“Em nome do Governo e dos portugueses, apresento à família as mais sentidas condolências pela memoria de alguém que foi um exemplo e um lutador pela liberdade e pela democracia e que tanto prestigiou a nossa vida política com a sua verticalidade ética”, afirmou António Costa, em declarações a partir do Palácio de Belém.
Jorge Sampaio morreu esta sexta-feira, 10 de setembro, aos 81 anos. Foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993. Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações, lembra a “Lusa”.
Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.
Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país. Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974, recorda a “Lusa”.
Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como a defesa dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da `Capela do Rato’, em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial. Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978, destaca a agência noticiosa. Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992).
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