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Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira alerta para a gravidade do problema das substâncias psicoativas na região

Nos últimos onze anos apareceram em Portugal 102 novas substâncias psicoativas (NSP), entre as localidades de novos surgimentos constam a Madeira e os Açores. As ilhas são as regiões do país onde o problema dos consumos de novas drogas é maior, a seguir a Lisboa e Porto.
16 Outubro 2021, 10h30

O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira mostrou-se preocupado com a gravidade da disseminação das novas drogas na sociedade madeirense.

Na “Jornada de “Reflexão sobre Novas Substâncias Psicoativas (NSP) na Região Autónoma da Madeira – Conhecer, intervir, prevenir, enfrentar”, da Polícia Judiciária na Madeira, que decorreu na passada sexta-feira, 15 de outubro, José Manuel Rodrigues referiu que “a pandemia potenciou os consumos de estupefacientes e a verdade é que, na Madeira o consumo destas novas drogas cresceu, grandemente, seja como droga de substituição seja como primeira droga, experimentada por novos consumidores”.

José Manuel Rodrigues destacou que as estimativas para a Região referem que “o consumo destas novas substâncias psicoativas é quatro vezes superior ao registado no país”.

“Há um número que exemplifica a gravidade do problema: até setembro deste ano, 40% das admissões na Unidade de Agudos da Casa de Saúde São João de Deus foram de doentes com patologias relacionados com o consumo de drogas”, revelou o Presidente do Parlamento madeirense.

“Dessa percentagem, equivalente a 155 pessoas, a maioria jovens, a quase totalidade era consumidora das novas substâncias psicoativas e muitos foram internados compulsivamente, uma tendência que tem vindo a crescer de forma acentuada”, referiu.

José Manuel Rodrigues enfatizou a necessidade de “melhorar o enquadramento legislativo no sentido de garantir que qualquer nova substância perigosa que entre no mercado e que seja alvo de criminalização, na União Europeia, seja proibida no nosso país, em tempo útil, bem como é decisivo dotar as polícias dos mecanismos técnicos de análises, testes, e de investigação para agir, rapidamente, perante o aparecimento de novas drogas”.

Acrescentou ainda que “a Madeira enfrenta uma emergência social, e não deve temer o reconhecimento deste facto, pois esse é o primeiro passo para conhecer e enfrentar o problema e reduzir o seu impacto em toda a nossa sociedade, já que este atinge desde o consumidor jovem às famílias, às escolas, aos serviços de saúde e à segurança pública”.

Nos últimos onze anos apareceram em Portugal 102 novas substâncias psicoativas (NSP), entre as localidades de novos surgimentos constam a Madeira e os Açores. As ilhas são as regiões do país onde o problema dos consumos de novas drogas é maior, a seguir a Lisboa e Porto.

Neste momento 834 substâncias psicoativas estão a ser seguidas pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

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