O presidente sul-coreano declarou esta terça-feira lei marcial no país, suspendendo os trabalhos parlamentares no país de forma surpreendente. O anúncio surgiu após desentendimentos com o maior partido da oposição sobre a proposta orçamental para o próximo ano e foi justificado por Yoon Suk Yeol, o presidente da Coreia do Sul, pela necessidade de proteger o país da influência do rival do norte.
Num anúncio de emergência e que apanhou o país de surpresa, o presidente Yoon optou por impor a lei marcial pela primeira vez em 45 anos na República da Coreia, em resposta ao que chama de interferência da Coreia do Norte pela forma do maior partido da oposição, o Partido Democrático. A comunicação foi feita após uma série de desentendimentos sobre o orçamento para o próximo ano, isto numa altura em que Yoon serve apenas as funções de presidente provisório.
“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas da Coreia do Norte, para erradicar estas desprezíveis forçar norte-coreanas anti-estatais”, afirmou Yoon num discurso ao país na noite (hora local) de terça-feira.
Depois de perder as eleições de forma esmagadora, o atual presidente tem-se visto envolvido numa série de escândalos, muitos deles a envolver a sua mulher, que é acusada de corrupção e tráfico de influências. Sem capacidade de fazer passar leis, Yoon tem-se limitado a bloquear e vetar projetos aprovados no parlamento pela nova maioria.
Com a rejeição pela oposição da proposta de orçamento para o próximo ano e a tentativa de afastar vários membros do atual Executivo pela recusa em investigar Yoon e a sua esposa, o presidente surpreendeu o país e optou pela lei marcial, suspendendo assim os trabalhos legislativos e parlamentares, mas também uma série de direitos civis, como o direito ao protesto.
Perante o anúncio, Lee Jae-Myung, o líder da oposição, apelou aos seus apoiantes que se concentrem à frente da Assembleia Nacional, de forma a pressionar o governo sul-coreano a não adotar a lei marcial. Também o líder do partido de Yoon, o Partido do Poder Popular, Han Dong-Hoon, apelidou a decisão do presidente de “errada”.
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