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Presidente do Sindicatos dos Quadros reuniu com ministra do Trabalho para falar do Santander

Paulo Gonçalves Marcos salientou na reunião com Ana Mendes Godinho, mantida a 13 de maio e só agora revelada, que “um dos mais eficazes bancos da Europa não pode implementar um processo de reestruturação que continua sem ser conhecido na íntegra, ainda que tenha graves consequências sócio-laborais”.
25 Maio 2021, 18h36

O presidente do Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Gonçalves Marcos, reuniu – remotamente, através de meios digitais – com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, a 13 de maio, no âmbito do acompanhamento do processo de reestruturação do Banco Santander, anunciou o sindicato em comunicado.

Nessa reunião, “o presidente do SNQTB expôs os motivos e fundamentos que demonstram que o Banco Santander não tem necessidade, nem motivos, para realizar uma reestruturação profunda, num curto período, e muito menos através de despedimentos com base em medidas unilaterais”, diz a nota do sindicato.

Paulo Gonçalves Marcos deu também nota à ministra do Trabalho “dos dados financeiros e laborais que justificam que o Banco Santander deve recorrer somente a medidas consensuais e dilatadas no tempo”, avança o SNQTB.

“Salientámos que um dos mais eficazes bancos da Europa não pode implementar um processo de reestruturação que continua sem ser conhecido na íntegra, ainda que tenha graves consequências sócio-laborais”, explica Paulo Gonçalves Marcos no comunicado divulgado nesta terça-feira.

O sindicalista diz que “saúda a disponibilidade e o compromisso da ministra do Trabalho no sentido de promover o diálogo com o banco e o acompanhamento do Ministério quanto ao processo de reestruturação em curso”.

Neste sentido, após a reunião entre Ana Mendes Godinho e Paulo Gonçalves Marcos realizou-se na semana passada uma primeira reunião técnica entre responsáveis do ministério e do sindicato, avança o comunicado.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e a administração do Banco Santander Totta também já tinham recebido a UGT, o Mais Sindicato, o Sindicato dos Bancários do Centro e o Sindicato dos Bancários do Norte

O SNQTB tem recorrido a vários meios de contestação do plano de reestruturação do Banco Santander Totta, incluindo manifestações.

“É incompreensível que a administração do Banco Santander, um dos bancos que mais lucros tem em Portugal e um dos bancos mais eficientes na Europa, proceda a despedimentos de forma unilateral, numa altura em que tem em curso um plano de reformas antecipadas por acordo, que deveria continuar a ser a matriz a seguir”, tem dito o SNQTB.

Redução unilateral anunciada para entre 100 a 150

O Banco Santander Totta anunciou, ao mesmo tempo que apresentou contas do trimestre, que “nesta data são iniciados os procedimentos tendentes a uma redução unilateral que incluirá os demais colaboradores cujas funções se tornaram redundantes, medida que incluirá entre 100 e 150 colaboradores”.

O Banco Santander Totta já se comprometeu com os sindicatos a adiar a aplicação de qualquer medida unilateral, aceitando a necessidade de tentar voltar a negociar saídas por acordo e não por decisão unilateral do banco; de contactar todos os trabalhadores que pretendam aceitar a reforma e que cumpram o requisito de terem 55 ou mais anos; de abrir o processo de candidaturas a rescisões por mútuo acordo (RMA); e de requalificar os que querem continuar no banco.

O banco anunciou que tinha 100 a 150 rescisões unilaterais de situações em que, “tendo abordado esses colaboradores nos últimos meses para alcançar rescisões por mútuo acordo, “com condições claramente acima do mercado”, não tinha havido até à data, hipótese de entendimento. Além disso, o Santander Totta tem em curso um plano de adesões voluntárias para rescisões por mútuo acordo e pré-reformas para colaboradores com 55 ou mais anos, o qual só termina em junho. Só nessa altura será aprovado um plano de reestruturação no qual será possível ter números mais concretos quanto a saídas.

A instituição financeira conta atualmente com cerca de 950 colaboradores com mais de 55 anos, pelo que o plano de reestruturação para a saída de colaboradores pode chegar a cerca de 1.000 pessoas, embora o número certo de saídas só deva ser conhecido no próximo mês.

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