O Presidente do UBS Group, Colm Kelleher, alertou na Assembleia Geral, para ‘riscos de execução significativos’ na aquisição de emergência do Credit Suisse.
A aquisição do Credit Suisse pelo UBS envolve “um enorme risco”, alertou Colm Kelleher, na quarta-feira, enquanto os acionistas faziam fila para expressar preocupação com o acordo histórico – acertado apenas quinze dias antes sem o seu consentimento. A notícia é avançada pelo Financial Times.
Na assembleia-geral anual do UBS em Basileia, Kelleher disse que a aquisição do maior rival do UBS era um “marco” nas finanças globais que iria acelerar a estratégia existente do banco – com o crescimento centrado nos EUA e na Ásia – mas advertiu que “isto não é de modo algum um negócio fácil de fazer”.
“Não se pode simplesmente juntar números e alcançar uma soma – é preciso compreender que existe um enorme risco na integração destes negócios”, disse.
As autoridades suíças desencadearam a aquisição do Credit Suisse pelo UBS há cerca de duas semanas, numa aquisição de emergência de três mil milhões de francos suíços, montada ao longo de um fim de semana, para tentar evitar um colapso bancário potencialmente catastrófico.
“Fizemos uma escolha em nome da Suíça, em nome do lugar do UBS na Suíça e em nome do que era melhor para o sistema financeiro global”, disse Kelleher.
“Esta é uma tarefa hercúlea”, disse Lukas Gähwiler, vice-presidente do UBS. “Tivemos apenas 48 horas para conduzir a nossa devida diligência, pelo que muitas perguntas permanecem sem resposta e uma grande incerteza permanecerá”, acrescentou.
“Posso entender por que as pessoas estejam confusas e até mesmo com raiva”, referiu.
A transação catapultará o UBS para a posição de quarto maior banco do mundo, com 5 biliões de dólares em ativos sob gestão, e confirmará o seu lugar como o banco preferido dos super-ricos do mundo. Mas levará anos para ser realizado e estará sob significativo escrutínio político e regulatório.
“Estamos preocupados com este novo banco gigante”, disse ao FT Vincent Kaufmann, presidente-executivo da fundação Ethos, grupo que representa mais de 3% das ações do UBS na AGM. “Existe uma enorme concentração de risco no mercado suíço”, destacou, lembrando que 50% de todas as hipotecas na cidade de Genebra serão mantidas pelo banco.
O Credit Suisse dá ao UBS um ‘dote’ de 3.655 milhões em créditos fiscais
O jornal “Expansión” avança que o Credit Suisse traz um tesouro escondido para o UBS. Falava dos 3.655 milhões de francos suíços de ativos por impostos diferidos (DTA – deferred tax assets) que o banco acumulou ao longo de anos de prejuízos e que o UBS poderá beneficiar depois da integração do seu rival, abatendo aos resultados tributáveis. Isto é um ativo da qual o UBS pode obter lucros significativos nos próximos anos.
Trata-se de um volume muito significativo de créditos tributários gerados em decorrência dos elevados prejuízos acumulados no passado e que o UBS poderá aproveitar para deduzir impostos futuros do Tesouro Suíço.
Na apresentação de contas do terceiro trimestre, o Credit Suisse revelou que os prejuízos de 4,034 milhões de francos suíços, foram significativamente impactado pela imparidade de ativos por impostos diferidos de 3.655 milhões de francos suíços, como resultado da revisão estratégica abrangente.
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