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Presidente moçambicano pede à polícia respostas face ao terrorismo em Cabo Delgado e “caos” das manifestações

Daniel Chapo desafiou o novo vice-comandante-geral da Polícia da República de Moçambique a dar “resposta eficaz” no combate aos ataques terroristas em Cabo Delgado.
epa11826051 Mozambique’s President-elect Daniel Chapo holds a flag of the Presidential Pavilion during his inauguration ceremony as Mozambique’s fifth president at Independence Square in Maputo, Mozambique, 15 January 2025. On 23 December, Chapo, 48, was declared the winner of the presidential election by the Constitutional Council (CC) with 65 percent of the vote in the general elections held on 9 October, which included legislative and provincial assembly elections also won by Frelimo. EPA/LUISA NHANTUMBO
12 Fevereiro 2025, 10h01

O Presidente moçambicano desafiou hoje o novo vice-comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Aquilasse Manda, após conferir posse, a dar “resposta eficaz” no combate aos ataques terroristas e ao “caos” face às manifestações pós-eleitorais.

“Toma posse num cenário em que temos de responder e superar três grandes desafios que podem pôr em causa a nossa convivência e harmonia social, nomeadamente os ataques armados de terroristas em partes da província de Cabo Delgado, embora hoje de baixa intensidade, aliado ao recrutamento de crianças para as fileiras dos terroristas”, disse o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, ao conferir posse a Aquilasse Manda como novo vice-comandante-geral da PRM.

Chapo pediu ainda a Manda para combater os ataques, com recursos a armas brancas, atribuídos ao grupo paramilitar localmente designado de Naparamas, protagonizados na província da Zambézia, no centro de Moçambique, indicando que estes “tentam bloquear” vias vitais para o desenvolvimento do país, afetando a circulação de pessoas e bens.

O Presidente moçambicano apelou ainda ao vice-comandante para combater a “contínua tentativa de instalar um caos caraterizado por manifestações ilegais e violentas, sem data e hora anunciadas, um fenómeno que pode também, se não for controlado, degenerar em ameaças à segurança coletiva”.

“Acreditamos que contribuirá para uma resposta eficaz na dimensão destes males”, disse Chapo, defendendo o fim de ameaças e bloqueios de vias e de estabelecimentos comerciais, sobretudo em Maputo, em reivindicações pelo elevado custo de vida.

No mesmo discurso, o Presidente moçambicano exigiu de Aquilasse Manda ações para assegurar a “educação cívica e patriótica” dos membros da polícia e a “purificar as fileiras”, apontando que “indisciplinados” não podem fazer parte da corporação.

“Devemos capitalizar a emblemática ligação polícia comunidade que por longos tempos se tem revelado um mecanismo eficaz na prevenção da criminalidade nas nossas comunidades”, concluiu Chapo.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.

 Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

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