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Presidente são-tomense espera “novo percurso de esperança” com novo Governo

“É imperativo que promovamos a harmonia social e cultivemos um clima de entendimento na sociedade, em particular entre todos os representantes do Estado”, acrescentou o Presidente na tomada de posse do novo primeiro-ministro, Américo Ramos, e dos dez ministros do 19º. Governo de São Tomé e Príncipe.
Presidente eleito Carlos Vila Nova | Nuno Viegas/Lusa
14 Janeiro 2025, 18h35

O Presidente são-tomense disse hoje esperar “um novo percurso de esperança” com o novo Governo do arquipélago do qual espera “diálogo franco e produtivo” para promover “harmonia social”, fortalecimento das instituições e desenvolvimento sustentável e inclusivo.

“Que este seja um novo percurso de esperança, capaz de trazer alento e confiança ao nosso povo”, declarou Carlos Vila Nova.

“É imperativo que promovamos a harmonia social e cultivemos um clima de entendimento na sociedade, em particular entre todos os representantes do Estado”, acrescentou o Presidente na tomada de posse do novo primeiro-ministro, Américo Ramos, e dos dez ministros do 19º. Governo de São Tomé e Príncipe.

Carlos Vila Nova prometeu “diálogo franco e produtivo com o Governo”, e sublinhou “a importância de se estabelecer uma relação de parceria estratégica e de lealdade institucional entre o chefe de Estado e o chefe do Governo”.

Vila Nova disse ao novo primeiro-ministro que os são-tomenses esperam “uma governação que se distinga da experiência mais recente”, liderada pelo ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, e “anseiam por uma governação que não seja solitária, que não seja arrogante, mas sim empenhada e dialogante”.

 O chefe de Estado disse que acordou com o primeiro-ministro a definição de “linhas vermelhas” e análise das prioridades nacionais, nomeadamente a aprovação do Orçamento Geral do Estado de 2025, que ainda não foi apresentado ao parlamento.

O Presidente realçou que “os são-tomenses perceberam a situação política atual, permanecem serenos e comprometidos com um futuro menos asfixiante e de paz social, apesar das múltiplas tentativas traduzidas em ações descontroladas e da já habitual vitimização com o objetivo de criar perturbação social, apenas em defesa dos interesses pessoais e de grupo”.

No entanto, pediu ao Governo para promover o esclarecimento, junto do corpo diplomático acreditado no país, “a fim de dissipar eventuais dúvidas que ainda possam existir sobre os acontecimentos políticos dos últimos dias” no arquipélago.

“Conforme estabelece a nossa Constituição, é prerrogativa do Presidente da República nomear e exonerar os membros do Governo, exercendo assim uma competência que reflete a confiança depositada no chefe de Estado pelos cidadãos. A alteração governativa no nosso país foi ditada e orientada pela necessidade de assegurar a estabilidade, a governabilidade, a liberdade e a promoção do bem-estar do povo santo”, vincou Carlos Vila Nova.

O novo primeiro-ministro são-tomense Américo Ramos foi ministro das Finanças (2010-2012 e 2014-2018) de governos do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, secretário-geral da ADI e até aqui Governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe.

No seu primeiro discurso, Américo Ramos prometeu governar com o foco exclusivo no bem-estar do povo, priorizando a melhoria da saúde, eletricidade e educação, e combater o ódio, perseguições e vingança que divide os cidadãos.

O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, demitiu o 18.º Governo liderado por Patrice Trovoada em 06 de janeiro, apontando “assinalável incapacidade” de solucionar os “inúmeros desafios” do país e “manifesta deslealdade institucional”, segundo o decreto presidencial que a ADI pediu ao Tribunal Constitucional para anular.

O novo primeiro-ministro foi nomeado no domingo por Carlos Vila Nova depois de rejeitar o nome do ex-procurador-geral da República Adelino Pereira, indicado pela ADI em substituição da antiga ministra da Justiça, Ilza Amado Vaz, que renunciou antes de ser empossada, porque a ADI divulgou, antes de ser do conhecimento do chefe de Estado, a lista de nomes do ministro do Governo que estava a ser formado.

Na segunda-feira, a Ação Democrática Independente (ADI), vencedora das últimas eleições de São Tomé e Príncipe, rejeitou o nome de Américo Ramos como primeiro-ministro, e acusou o Presidente de “golpe de Estado palaciano”.

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