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Presidente sobre apoio do Estado aos bancos: “A alternativa era a economia toda paralisar”

“A nossa banca conheceu uma crise gravíssima e que, à escala de Portugal, teve consequências dramáticas para muitas empresas”, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa. Segundo um parecer Tribunal de Contas, entre 2008 e 2018, o Estado apoiou o sistema financeiro com 18,3 mil milhões de euros.
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20 Dezembro 2019, 19h43

O Presidente da República disse esta sexta-feira que os 18,3 mil milhões de euros que o Estado deu à banca entre 2008 e 2018 não foram uma “boa solução”, mas salientou que o importante agora é pensar no futuro e retirar as lições do passado.

“A nossa banca conheceu uma crise gravíssima e que, à escala de Portugal, teve consequências dramáticas para muitas empresas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, em Lisboa. “Todos nós preferíamos que essa situação não tivesse acontecido”, admitiu.

Segundo um parecer do Tribunal de Contas, durante essa década, as despesas do Estado com o sistema financeiro foram de 25.485 milhões de euros e as receitas de 7.193 milhões de euros (sendo as principais obtidas dos juros pagos pelas obrigações CoCo), o que resultou no valor líquido de 18.292 milhões de euros.

O chefe de Estado português esclareceu o país “apanhou em cheio” com uma crise internacional e bancária, que fez com que várias instituições financeiras colocassem em risco os compromissos assumidos se não tivessem sido tomadas algumas medidas, entre elas a capitalização feita com recurso a outros bancos e ao Estado. “A alternativa era a economia toda paralisar, o que obrigou a que se tivesse de fazer a injeção de meios financeiros muito grandes”, esclareceu Marcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma visita à Comunidade Vida e Paz.

Para o Presidente da República, “é tentador” que as pessoas se questionem sobre o motivo pelo qual esse montante não foi “para a habitação, para a saúde, para a segurança social, para os sem-abrigo”, “mas se a determinado momento tivesse havido uma paragem no sistema financeiro era o colapso da economia nacional”.

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