Privatização da TAP? “É algo que tem de ser feito. Só assim pode ser sustentável”, diz Hugo Espírito Santo

Só através da privatização é que a TAP pode tornar-se uma companhia sustentável no futuro. Um processo que tem de ser feito com o apoio de um parceiro estratégico. A mensagem foi transmitida por Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas na 12.ª edição do AED Days que decorre sob o tema “The Aeronautics, Space and Defence Industries in the New Global Geopolitics” e reúne o ecossistema português dos setores da Aeronáutica, Espaço e Defesa, juntamente com os principais atores internacionais destas indústrias.

O evento que tem o JE como media partner realiza-se entre os dias 3 e 5 de junho, em Oeiras e constitui uma plataforma para debater os desafios atuais e futuros destes setores e fomentar novas oportunidades de colaboração.

“A TAP tem de ser privatizada e precisamos de um parceiro estratégico. Só assim a TAP pode ser sustentável. Temos tudo em andamento, a estratégia, o caderno de encargos, é algo que tem de ser feito”, afirmou, salientando que o Governo tem estado “muito ativo” na preparação da privatização para garantir que o país tem uma companhia aérea que “é a bandeira de Portugal no mundo”.

Hugo Espírito Santo abordou também a sustentabilidade no setor da aviação, considerando que não existe outra alternativa, se não seguir esse caminho. “É imperativo e uma responsabilidade para as gerações futuras que tem de ser feita, não há um plano B. Para Portugal é ainda mais importante, porque não existe conectividade entre o nosso país, a Europa e o mundo sem aviação”, sublinhou.

Para esse objetivo ser cumprido, o secretário de Estado aponta dois caminhos: impulsionar a produção de Combustível de Aviação Sustentável (SAF na sigla inglesa) em Portugal e criar um cluster aeronáutico sustentável no país.

Um processo de descarbonização que diz tem de ser financiado, assumindo que já existe o compromisso do Ministério do Ambiente para um investimento inicial de 40 milhões de euros. “É uma gota no oceano, mas é um ponto de partida e como temos um longo caminho pela frente, certamente mais investimento virá”, afirma.