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“Problema da habitação exige resposta complexa, atempada e multidimensional”, diz partner da EY

João Moura, partner da EY, defende que devem ser tomadas medidas extraordinárias para resolver o problema da habitação em Portugal, nomeadamente através da utilização de solos rústicos e da construção em altura.
9 Outubro 2024, 12h21

O problema da habitação em Portugal exige uma resposta complexa e atempada, afirma João Moura, partner da EY, alertando para a necessidade de serem dados passos para resolver esta crise, seja através de benefícios fiscais em projetos destinados a habitação acessível, mas também da adoção de medidas extraordinárias que podem incluir a utilização de solos rústicos e a construção em altura.

A crise da habitação exige uma “resposta complexa, atempada e multidimensional, com exigências de recursos específicos e dedicados”, afirmou João Moura na conferência organizada esta quarta-feira que celebra o oitavo aniversário do Jornal Económico e aborda temas desde a Inteligência Artificial, habitação, passando pelo Orçamento, turismo e desafios da lusofonia.

Para isso, é preciso “haver um novo modelo de construção em Portugal. Temos de pensar como podemos fazer mais e mais barato”, referiu, notando que tem de ser reduzir a pressão sobre os preços das casas. Para João Moura, é preciso “eliminar a barreira do custo do terreno e do licenciamento”, nomeadamente nos terrenos rústicos, mas também dar escala aos projetos, apontando ainda para a construção em altura, ampliação de edifícios e intervenção em prédios devoluto.

Por outro lado, defendeu a criação de “benefícios em sede de impostos sobre o património para projetos destinados a habitação acessível”.

De acordo com o partner da EY, há um problema de oferta perante o desaparecimento de muitas empresas familiares no setor da construção, mas também da falta de recursos especializados que acabaram por sair do país durante a crise financeira. Por outro lado, há uma diminuição do parque habitacional. “Há menos construção e houve a passagem de casas devolutas para o regime do Alojamento Local”, referiu.

Há também uma alteração ao padrão da procura, uma vez que as necessidades dos jovens que procuram hoje casa são diferentes das de há 20 anos. “Procuram ter mobilidade, podem ter casas mais pequenas”, numa altura em que os agregados familiares são mais pequenos e há um mercado de trabalho híbrido.

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