O Bloco de Esquerda não desarma nas críticas ao Governo sobre o envio para o Tribunal Constitucional do reforço dos apoios sociais, argumentando que numa altura de crise, apesar de defender que os apoios irão durar “custe o que custar”, o Executivo se centra no défice e na dívida pública. Para a deputada bloquista Mariana Mortágua, “os problemas de execução de investimento não vão desaparecer e colocam em risco a estratégia de recuperação inscrita no Programa de Estabilidade”.
“O ministro fala de apoios custe o que custar, mas sem Orçamento a Segurança Social é condenada a ter que pedinchar às Finanças cada euro que falte para dar resposta a quem mais precisa”, afirmou Mariana Mortágua, numa intervenção durante o debate sobre o “Programa de Estabilidade 2021-2025”, esta quinta-feira, no Parlamento.
A deputada do Bloco de Esquerda argumentou que “as promessas do Governo só valem na medida em que não impeçam a redução do défice e despesa pública”, considerando que “esse é que é o verdadeiro objetivo, custe o que custar”, já que para o atingir, diz, “o Governo não mede esforços e até esquece os números que o Parlamento discutiu e aprovou no processo orçamental”.
“Em 2020, a pandemia a folga do défice face ao previsto no Orçamento Suplementar foi de mais três mil milhões de euros, o que corresponde a despesa não executada de quase sete mil milhões de euros”, disse, voltando a braço de ferro com João Leão, que tem marcado a relação entre Finanças e Bloco de Esquerda, nos últimos meses, exemplificando que “1.500 milhões são investimento que nunca saiu dos quadros do Governo”.
Mariana Mortágua defendeu ainda que “o ano de 2020 não foi uma exceção” e “se somarmos o investimento não executado desta legislatura, chegamos a mais de 2.500 milhões, a que correspondem folgas orçamentais acumuladas de cinco mil milhões de euros”.
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