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Produção de cereais de inverno deverá aumentar 8%, por causa do bom tempo de julho

Estas previsões reportam-se aos últimos dias do passado mês de julho. Como tal, ainda não integram potenciais impactos da vaga de calor que atingiu o território continental no início de agosto
20 Agosto 2018, 12h25

A produção de cereais de outono/inverno deverá aumentar 8% na atual campanha, face à de 2017, em consequência das condições climatéricas favoráveis, avança esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em termos meteorológicos, julho foi muito frio e seco, com a temperatura média do ar (21,2º graus centígrados) inferior à normal em cerca de 1º centígrado, tendo sido o julho mais frio dos últimos 30 anos.

Quanto à precipitação, o valor médio de 7,8 milímetros correspondeu a cerca de 57% do valor normal mensal. Foram ainda frequentes as manhãs com céu encoberto ou com nevoeiros, com elevados teores de humidade relativa do ar. Estas condições meteorológicas permitiram a realização com normalidade dos trabalhos agrícolas e favoreceram o desenvolvimento vegetativo das culturas instaladas.

As previsões agrícolas detalham ainda que nas culturas de primavera/verão, se perspetiva um aumento da área de milho para grão, numa subida de 5%, que deverá fixar-se nos 90 mil hectares, situação que já não acontecia desde 2015. No tomate para a indústria, assinala-se um aumento da pressão das doenças criptogâmicas, nomeadamente do míldio, prevendo-se a manutenção do rendimento unitário da campanha passada. Também no arroz a produtividade deverá ser semelhante à do ano anterior. Para a batata de regadio, as colheitas já realizadas apontam para uma produtividade a rondar as 21 toneladas por hectare, 10% inferior à registada em 2017.

Quanto aos pomares e vinhas apresentam um atraso no ciclo vegetativo que varia, consoante as regiões, entre as duas e as três semanas. Na maçã e na pera, as previsões são para reduções do rendimento unitário (com recuos de 5% e 10%, respetivamente), com bastante heterogeneidade na carga de frutos dos pomares. No pêssego estima-se um aumento da produtividade de 5%. Na amêndoa as previsões apontam para uma diminuição de 20% face à campanha anterior, resultado de dificuldades na fase da floração/vingamento do fruto.

Quanto à vinha, perspetiva-se que a produtividade decresça 5% face a 2017.

O INE sublinha que estas previsões agrícolas se reportam aos últimos dias do passado mês de julho. Como tal, ainda não integram potenciais impactos da vaga de calor que atingiu o território continental no início de agosto, nem eventuais consequências do incêndio de Monchique, pelo que poderão ocorrer ajustamentos às atuais previsões no Boletim Mensal de Agricultura e Pescas de agosto (com publicação prevista para setembro).

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