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Produção de combustível SAF abaixo das metas para 2030 definidas pela Agência Internacional de Energia

Dados constam de um estudo recente da Boston Consulting Group (BCG).
2 Junho 2025, 22h00

A produção de combustível SAF (sustainable aviation fuel, na sigla em inglês), solução em que o setor da aviação tem vindo a apostar crescentemente, deverá ficar abaixo das metas recomendadas pela Agência Internacional de Energia (AIE) para 2030, de acordo com um estudo recente da Boston Consulting Group (BCG).

Separando por tipo de combustível, a produção de bio-SAF, que tem origem em óleos naturais ou biomassa, estará 30% abaixo das necessidades definidas pela AIE e 45% quanto ao e-SAF, combustível produzido através de um processo termoquímico com carbono e hidrogénio.

Segundo o “Sustainable Aviation Fuels Need a Faster Takeoff”, que sublinha um crescimento de 1150% na produção deste tipo de combustível globalmente nos três anos passados, os SAF representam apenas 0,3% da produção global de combustíveis de aviação no ano passado, citando dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, em inglês)

“O setor da aviação comercial tem apostado cada vez mais em combustíveis sustentáveis, com 62% das empresas ao longo da cadeia de valor a alocar 4% ou mais da sua receita para investir nestes combustíveis – no entanto, o investimento é irregular entre os diferentes agentes do mercado”, diz a consultora num comunicado emitido por ocasião da divulgação do estudo.

Quanto aos fabricantes de aviões, 48% investem entre 4 e 5% da receita neste tipo de combustível, enquanto “apenas 21% das companhias aéreas e 24% dos aeroportos, investe a mesma proporção das receitas anuais nestes combustíveis”, conclui a CGD.

O relatório justifica a hesitação com a “ausência de uma motivação comercial clara para esta expansão do uso de SAF, agravada pelos elevados custos de produção ou preços destas soluções, fatores apontados por 52% dos produtores e 49% dos compradores de SAF, dificultando a sua escalabilidade e a redução dos custos”.

“A indústria da aviação enfrenta desafios para atingir as metas climáticas globais, com a produção de combustíveis sustentáveis ainda distante das necessidades. Embora a produção destes combustíveis tenha evoluído, só ainda estamos no início e temos pela frente um caminho bem desafiante para descarbonizar a indústria”, explica Carlos Elavai, managing director e partner da BCG em Lisboa, citado em comunicado.

“Para isso, o setor deve adotar uma abordagem coordenada e comprometida para acelerar os objetivos de descarbonização, alinhada com as metas ambientais globais”, defendeu o mesmo responsável.

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