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Produção de gás de cozinha em Moçambique inicia-se em 2026

“O projeto está em curso, está em andamento. Houve aqueles atrasos que foram verificados devido à questão das manifestações e outros. Mas, contamos que até final do ano, princípios do próximo ano, o projeto vai começar a fluir”, disse hoje o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale, em declarações aos jornalistas na província de Inhambane, sul do país.
14 Julho 2025, 19h58

O Governo moçambicano estimou hoje o arranque da produção de gás doméstico pela petrolífera sul-africana Sasol no início de 2026, depois de atrasos provocados, nomeadamente, pela agitação pós-eleitoral no país.

“O projeto está em curso, está em andamento. Houve aqueles atrasos que foram verificados devido à questão das manifestações e outros. Mas, contamos que até final do ano, princípios do próximo ano, o projeto vai começar a fluir”, disse hoje o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale, em declarações aos jornalistas na província de Inhambane, sul do país.

Em causa está um projeto da petrolífera sul-africana Sasol para produzir em Moçambique gás de cozinha, tendo em conta que já explora no país a produção de gás em Temane (Inhassoro) e Pande (Govuro), em Inhambane.

A primeira pedra deste empreendimento foi lançada em 27 de março de 2022, em Inhassoro.

De acordo com Estêvão Pale, que falava à margem da cerimónia de lançamento do Programa de Auscultação Pública Sobre a Reforma Legal do Setor Extrativo nacional, os atrasos em causa foram provocados, nomeadamente, pelos quase cinco meses de tensão social, com manifestações, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 09 de outubro, que resultaram na morte de 400 pessoas e destruição de bens.

Em maio, a petrolífera sul-africana Sasol previu arrancar com a produção de gás doméstico a partir de setembro próximo, após avançar que a fábrica que está a ser instalada no sul de Moçambique está numa fase de comissionamento.

“Essa infraestrutura toda está praticamente terminada, estamos agora na fase de comissionamento da fábrica propriamente dita do gás doméstico, portanto, esta componente da fábrica do gás de cozinha está neste preciso momento, entre junho e julho, num período de comissionamento (…) se tudo correr bem, para finais de setembro, temos a nova fábrica a iniciar a produção”, declarou o diretor-geral da Sasol em Moçambique, Ovídeo Rodolfo, em declarações aos jornalistas.

Em abril deste ano, a Sasol tinha previsto concluir em setembro o projeto de mil milhões de dólares (907,6 milhões de euros) do Contrato de Partilha de Produção (PSA) de gás e eletricidade em Moçambique, anunciou o presidente da companhia.

“Trata-se de um projeto de mil milhões de dólares que está a chegar ao fim, em setembro. Tem sido um projeto maravilhoso”, afirmou o presidente e diretor executivo da Sasol, Simon Baloy, após reunir-se, em Maputo, com o Presidente moçambicano para abordar o projeto, em curso no distrito de Inhassoro, província de Inhambane.

“Este projeto vai permitir não só que o gás entre na produção de energia, como vamos enviar esse gás para a segunda maior central elétrica de Moçambique, o CTT [Central Térmica de Temane] que também está perto da conclusão e que também produzirá GPL [botijas de gás de cozinha] que será utilizado e reduzirá a quantidade de gás que é importado por Moçambique”, acrescentou Baloy.

O projeto de PSA preconiza, respetivamente, a produção de 53 milhões de megajoules de gás natural por ano, que irá materializar a implementação da Central Térmica de Temane e a produção de 4.000 barris de petróleo leve por dia, segundo dados do Governo moçambicano.

A CTT terá capacidade para produzir 450 megawatts de energia elétrica e a unidade de processamento 30 mil toneladas anuais de GPL.

O Governo moçambicano, que estimou anteriormente o início da produção naquela unidade em março, prevê que o país vai reduzir em 70% as importações de gás de botija, com o arranque da operação na unidade de Inhassoro.

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