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Produção industrial sobe 8,9% no Brasil em junho

“Embora tenha crescido numa magnitude importante, acumulando expansão de 17,9% nos meses de maio e junho, a produção industrial ainda está longe de eliminar a perda concentrada nos meses de março e de abril”, afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.
4 Agosto 2020, 17h41

A produção industrial no Brasil cresceu 8,9% em junho face ao mês de maio, a segunda subida consecutiva após uma queda de 26,6% registado em março e abril por causa da pandemia, anunciou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Embora tenha crescido numa magnitude importante, acumulando expansão de 17,9% nos meses de maio e junho, a produção industrial ainda está longe de eliminar a perda concentrada nos meses de março e de abril”, afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.

“O saldo negativo desses quatro meses é bastante relevante (-13,5%)”, acrescentou.

Segundo os dados divulgados pelo órgão de estatísticas do Governo brasileiro, todas as seis principais categorias pesquisadas apresentaram números positivos no sexto mês do ano, com destaque para bens de consumo duráveis (82,2%).

O resultado de junho é “explicado pelo aumento do ritmo produtivo, após o aprofundamento das paragens ocorridas em várias unidades industriais, em março e abril, devido à pandemia da covid-19”, divulgou o IBGE.

Entre as atividades pesquisadas, a mais relevante para alcançar o resultado positivo no mês de junho foi a de produção de veículos automotores, reboques e carroçarias, que subiu 70%.

No entanto, o mesmo IBGE informou que a indústria brasileira registou um recorde negativo no fechamento do segundo trimestre deste ano (-19,4%).

No acumulado do primeiro semestre, caiu 10,9%, e no ano, recuou 5,6%, queda mais elevada desde dezembro de 2016 (-6,4%).

A queda do setor acompanha a previsão do Governo brasileiro, órgão internacionais e de analistas que preveem uma severa recessão no país por causa da pandemia.

Segundo previsões recentes de economistas e analistas de mercado consultados semanalmente pelo Banco Central do país na pesquisa Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cairá cerca de 6% em 2020.

A recessão histórica que a economia brasileira está a enfrentar começou a ser sentida desde o primeiro trimestre, quando contraiu 1,5% em comparação com os últimos três meses de 2019.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 2,7 milhões de casos e 94.665 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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