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Produtores de grogue em Ribeira da Cruz preparam-se para exportar para os Estados Unidos

É o caso de Emídio Alves, que considera que o continente norte-americano constitui “um mercado forte” que os produtores da ilha cabo-verdiana de Santo Antão devem continuar a explorar.
25 Outubro 2019, 08h37

Os produtores do grogue em Ribeira da Cruz, no interior do concelho cabo-verdiano de Porto Novo, têm como meta exportar para os Estados Unidos da América (EUA), que tem sido “principal mercado” para o grogue que se produz na ilha de Santo Antão.

É o caso do produtor Emídio Alves, ex-emigrante nos EUA, que, conforme disse à agência noticiosa Inforpess, está a preparar-se para exportar o “afamado” grogue produzido em Ribeira da Cruz para o continente norte-americano, para onde muitos produtores santantonenses já exportam.

“O meu objetivo é exportar para os EUA. Ainda não consegui, mas estou a preparar-me para isso, apesar de ser muito custoso”, informou Emídio Alves, um destacado produtor de grogue em Ribeira da Cruz, distinguido, em 2016, pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.

Emídio Alves, que regressou a Cabo Verde em 2011, depois de duas décadas radicado nos EUA, mais concretamente no estado de Rhode Island, considera que o continente norte-americano constitui “um mercado forte” que os produtores de Santo Antão devem continuar a explorar.

“Se todos os produtores pudessem exportar o grogue para os EUA, a ilha de Santo Antão seria outra coisa”, acredita este empresário, que reafirma o facto de ser muito custoso ainda fazer chegar este produto a esse país.

Também, o produtor Vanderley Rocha garante que os produtores do grogue em Ribeira da Cruz estão a modernizar a sua actividade, apostando no engarrafamento do produto, com vista à exportação para a Europa e os EUA.

Um diagnóstico feito no quadro do projeto de valorização do grogue em Santo Antão concluiu que a aguardente que se produz em Santo Antão goza de facilidade de escoamento para os EUA e Europa, embora o valor do produto nesses mercados esteja ainda aquém do desejável.

O grogue de Santo Antão está, desde 2018, a ser exportado para o mercado europeu, a partir de França, através de uma empresa sediada no Tarrafal de Monte Trigo, que, nesses dois anos, exportou quase 18 mil litros deste produto.

Entretanto, é o propósito da Associação dos Municípios de Santo Antão iniciar, ainda em 2019, o processo de certificação do grogue que se produz nesta ilha, à volta de dois milhões de litros por ano.

A certificação do grogue de Santo Antão deve-se à operacionalização do laboratório do centro de transformação agro-industrial de Afonso Martinho, em Ribeira Grande, e à aquisição de um cromatógrafo, financiado pelo governo, em seis mil contos.

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