A República Popular da China celebra 70 anos no próximo dia 1 de outubro e para evitar qualquer tipo de problemas está a impor uma série de medidas de segurança. Até ao dia do aniversário estão expressamente proibidos balões, papagaios, pombos, drones e álcool, segundo conta o jornal “The Guardian” esta sexta-feira.
Durante os ensaios para uma parada militar que vai acontecer no dia do aniversário, quem vive perto da Praça da Paz Celestial recebeu ordens para “não se aproximarem das janelas” e a manterem as cortinas fechadas. Também os motoristas foram informados de que não devem reabastecer os seus carros ou motas por conta própria. Não devem haver walkie-talkies ou outros dispositivos que utilizem ondas de rádio.
Na província vizinha de Shanxi, a polícia e outras equipas de segurança pública estão proibidas de beber bebidas alcoólicas desde 15 de setembro. Todo este cenário surge numa altura em que a China o seu capítulo mais difícil desde 1989, quando os militares mataram milhares de manifestantes pró-democracia, mergulhando o país num isolamento internacional.
As medidas extremas adotadas pelo governo para garantir que o evento corre bem deve-se também ao facto deste dia ser visto como um marco de sobrevivência da República Popular da China, que já dura há mais tempo que a União Soviética e está consolidar o seu papel como potência global.
Este aniversário servirá também para impressionar os cidadãos chineses e para projetar a força chinesa para o exterior. Além da enorme parada militar, fogo de artifício e o discurso do presidente Xi Jinping para cerca de 100 mil pessoas estarão presentes no evento.
Bandeiras vermelhas foram penduradas recentemente em apartamentos e bairros. Faixas gigantes em homenagem ao 70º aniversário decoram as estradas de Pequim, com a mensagem “a China de hoje é o resultado do trabalho do povo chinês”.
Contudo, a agitação em Hong Kong paira sobre estas celebrações. Os manifestantes pedem manifestações em massa nos dias que antecedem o feriado e no dia 1 de outubro. “Hong Kong tornou-se um campo de batalha para demonstrar ao mundo que o povo chinês, se tiver hipóteses, não quer viver sob o tipo de regime comunista que Xi Jinping anuncia todos os dias ao mundo”, afirma Jerome Cohen, especialista em direito da China e professor da Universidade de Nova Iorque.
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