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Promotores imobiliários antecipam subida de 5% nas vendas de casas até agosto

Preços da habitação deverão manter-se estáveis podendo registar-se um ligeiro aumento de 0,3%. Tendência para o mercado de arrendamento caiu de 73% no primeiro trimestre do ano para 58% do trimestre atual.
27 Maio 2021, 17h50

Pouco mais de um ano depois de a pandemia de Covid-19 ter chegado a Portugal os promotores imobiliários mostram-se confiantes numa evolução positiva e recuperação do sector antecipando desde já uma subida de 5% nas vendas de habitação para os próximos três meses.

Os preços da habitação deverão manter-se estáveis podendo registar-se um ligeiro aumento de 0,3%. Tendência para o mercado de arrendamento caiu de 73% no primeiro trimestre do ano para 58% no trimestre atual. Estas previsões são reveladas no inquérito ‘Portuguese Investment Property Survey’, realizado em maio pela Confidencial Imobiliário (CI) em parceria com a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII).

Os dados do inquérito apontam para uma recuperação de 60 pontos do Indicador de Sentimento, face aos -54 pontos que registava no segundo trimestre de 2020, atingindo seis pontos no trimestre atual. Por sua vez, o Indicador de Expetativas regista voltou a números positivos (38 pontos), algo que não acontecia desde o último trimestre de 2019 que coincidiu com o início deste inquérito.

Estas expetativas positivas contrariam, contudo, uma quebra no interesse pelo mercado de arrendamento. No primeiro trimestre este tipo de investimento era considerado atrativo ou muito atrativo para 73% dos inquiridos, mas no atual trimestre esse sentimento caiu para os 58%.

Por outro lado, verificou-se um aumento de 21% para 39% no número de investidores que consideram este tipo de produto como uma possibilidade remota para investir. Sem surpresa a burocracia, os atrasos no licenciamento, e os custos de construção continuam a ser os principais factores de preocupação por parte dos investidores e promotores.

No entanto, as preocupações com questões relativas à aquisição de terrenos, sobretudo aqueles que estão relacionados com os preços e escassez de produto começam a estar cada vez mais na ordem do dia.

Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, refere que “o bom desempenho do mercado de vendas e a quebra confirmada das rendas, conforme mostra o Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário, poderão explicar este desinteresse comparativamente ao trimestre anterior, quando as expectativas de evolução do mercado de venda se tinham deteriorado”.

Por sua vez, Hugo Santos Ferreira, presidente da APPII sublinha que “os promotores reconhecem, sem dúvida, o potencial do mercado de arrendamento. Mas naturalmente, perante um contexto operacional onde persistem elevados custos de produção, muitos entraves em termos de burocracia, além de instabilidade legislativa grave, muitas das intenções de investimento acabam por ser travadas”.

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