Vários promotores de energias renováveis pediram hoje malha apertada para a fase de qualificação de empresas para o leilão eólico offshore.
“Além dos critérios financeiros, que devem ser de elevada categoria, e muitas empresas tem, mas não têm experiência em eólicas offshore”, começou por dizer José Pinheiro, diretor da Ocean Winds para Portugal, o consórcio dos franceses da Engie e da EDP Renováveis para a eólica marítima.
“Os critérios devem exigir que demonstrem tecnicamente capacidade e experiência para construir e operar” centrais eólicas offshore. “É fundamental para o sucesso destes projetos no futuro”, defendeu o responsável na conferência da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) que decorreu hoje em Lisboa.
Por sua vez, Álvaro Miguel, da alemã RWE, defendeu critérios “financeiros e técnicos” de pré-qualificação, recordando que o offshore flutuante está no início. “É importante apresentarem-se perante o Governo promotores com reputação. Os investimentos requeridos são enormes”.
Já José Partida, da Repsol, também pediu que sejam cumpridos critérios de “capacidades financeiras e técnicas para garantir que todos os projetos são executados”. Todavia, alertou que a exigência não pode ser em demasia, porque pode provocar que “apenas duas ou três empresas” fiquem qualificadas.
A norueguesa Equinor, por sua vez, recordou a sua experiência em eólica offshore flutuante e que desde a década de 80 que desenvolve projetos flutuantes de petróleo e gás.
Durante o debate, José Pinheiro, da Ocean Winds, também pediu às empresas do sector que parem de intervir junto do poder local e das comunidades antes de terem um plano definido para determinada área.
“Parem de ir com powerpoints às autarquias e comunidades sem terem um projeto. Isto cria muita entropia e muitos mal-entidades. Custa-me muito ver – em países sem regulação, e sem plano marítimo aprovado – promotores a mostrarem powerpoints com desenhos que foram feitos dias antes e a falarem deles como se fossem um projeto real. Isto precisa de parar de acontecer, está a afetar-nos a todos”, defendeu o gestor que elogiou os encontros públicos promovidos pelo Governo para apresentar o roteiro para as eólicas offshore.
“Atestou a temperatura da sociedade. É o caminho certo”, afirmou José Pinheiro, defendendo a criação de um observatório para as eólicas offshore, que junte entidades do Estado, promotores e associações.
Para José Partida da Repsol, um envolvimento precoce com as comunidades pode passar “informação errada”, mas defendeu que é “importante ouvir” as comunidades piscatórias.
No caso da Corio, Javier Villalba alertou que, se as 50 empresas que mostraram interesse no offshore, forem falar “muito cedo” com as autarquias e os pescadores, isso irá “criar muita confusão”.
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