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Prosegur começa a proteger criptomoedas com “seis capas de segurança”

“Incorporámos uma solução de origem israelita, que é, definitivamente, a que considerámos mais segura e robusta no mercado, e que dispõe de patentes criptográficas de segurança que mais nenhuma aporta e que nos permite distinguir do mercado”, explica ao Jornal Económico o CEO da Prosegur Crypto, Raimundo Castilla.
23 Novembro 2020, 17h45

A multinacional de segurança Prosegur lançou uma solução de gestão de ativos digitais, destinado a clientes institucionais que gerem ou investem em ativos digitais que requeiram o máximo de recursos de custódia de segurança. O novo serviço, chamado “Prosegur Crypto”, permite ainda que instituições financeiras, agências governamentais, gestores de fundos de investimento, family offices ou bolsa façam transações para blockchain, maximizando a proteção contra ataques cibernéticos.

Em entrevista ao Jornal Económico, o gestor espanhol Raimundo Castilla, CEO da Prosegur Crypto, explica como a empresa desenvolveu esta aplicação, na qual estão envolvidas mais de 30 profissionais de segurança, tecnologia, riscos, operação, serviços jurídicos, gestão de clientes e desenvolvimento de produto. “A transição para as moedas digitais é um processo que deve ser realizado com todas as garantias. Trabalhamos há muitos anos com os bancos centrais dos países nos quais operamos com a custódia de dinheiro físico e esperamos continuar a ser um parceiro de confiança na custódia das CBDB [Central Bank Digital Coin] quando elas forem uma realidade”, afirma.

O que motivou a criação deste serviço?

Estamos realmente convencidos de que existe uma necessidade real e urgente no mercado para aceder a serviços de custódia de ativos digitais de confiança. Estamos a oferecer uma proposta direcionada a clientes institucionais, que é verdadeiramente distintiva, pois conta com uma tecnologia de ponta que nos permite afirmar que somos verdadeiramente capazes de operar sem ligação direta à internet. Só isto é já um valor marcante, ao qual somamos as nossas capacidades de segurança lógica e criptográfica, assim como a segurança física, já que operamos a partir das infraestruturas blindadas da Prosegur. Aqui falamos de seis capas de segurança, que compreendem mais de 100 medidas de proteção, no total. A isto somamos um seguro, que esperamos que tenha a maior cobertura do mercado. Trabalhámos intensamente ao longo do último ano para colocar este serviço no mercado. Na verdade, para desenvolver uma proposta semelhante, teria de haver um investimento milionário, só para construir as infraestruturas físicas de custódia. Na Prosegur já dispúnhamos destas instalações para o nosso negócio tradicional e adaptámo-las para os processos de custódia digital, pelo que o nosso investimento foi sobretudo em tecnologia, comunicação, formação e equipamentos.

Quais os ativos digitais que podem ser armazenados?

Podemos armazenar todas as criptomoedas existentes, sem qualquer limitação, incluindo as mais relevantes, como Bitcoin, Ethereum (tokens ERC20), Ripple e qualquer outra criptomoeda ou stablecoin. Além disso, à medida que a tokenização de outro tipo de ativos se vá desenvolvendo e consolidando no mercado, haverá a possibilidade de serem incorporadas neste serviço de armazenamento.

A ‘app’ na qual os clientes gerem esses ativos foi exclusivamente desenvolvida pela Prosegur?

Dedicámos muito tempo a decidir e a implementar a solução tecnológica mais adequada para o nível de segurança e de serviço que queremos oferecer. Por fim, incorporámos uma solução de origem israelita, que é, definitivamente, a que considerámos mais segura e robusta no mercado, e que dispõe de patentes criptográficas de segurança que mais nenhuma aporta e que nos permite distinguir do mercado. A esta tecnologia adicionámos outras capas tecnológicas próprias e integrámos os nossos protocolos internos de proteção física e de cibersegurança nas comunicações. Esta solução combina os mais elevados padrões de segurança física com tecnologias de segurança criptográficas de ponta, patenteadas e pioneiras na área de custódia de ativos digitais, tornando a Prosegur Crypto a solução mais segura e completa do mercado.

A Comissão Europeia propôs no final de setembro um novo Regulamento sobre Mercados em Criptomoedas, a primeira legislação europeia sobre este tema. Que conclusões tiram desde documento?

O projeto de regulamentação MICA, da União Europeia, é uma ótima notícia para nós, uma vez que impacta totalmente a custódia e, portanto, o core business deste negócio. Este regulamento irá uniformizar as práticas de custódia, por exemplo, estabelecendo um conteúdo mínimo na relação contratual com os clientes, exigindo a obtenção de licenças ou incorporando a participação de um órgão de fiscalização da atividade. Isto trará certeza ao mercado institucional a que nos estamos a dirigir e é uma alavanca fundamental para impulsionar o desenvolvimento do mesmo.

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