A execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não está a ir pelo melhor caminho e dificilmente será uma varinha mágica transformadora da economia portuguesa. A reflexão foi deixada economista e deputado Joaquim Miranda Sarmento durante o debate subordinado ao tema “Este é o OE de que o país precisa?” que decorreu esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, durante a conferência sobre o OE2023 promovida pelo Jornal Económico e pela EY.
“Estamos todos à espera que o PRR seja uma varinha mágica mas a meu ver está a ser mal executado e dificilmente terá um carácter transformador. Este plano está orientado cada vez mais para despesa corrente para fazer face às dificuldades orçamentais”, destacou o líder da bancada parlamentar social-democrata neste debate sobre o OE2023 promovido pelo JE e EY.
Este economista sublinhou que “mais do que sabermos como vamos responder a esta crise, é importante perceber que Portugal está estagnado há vinte anos. O problema está a agravar-se por um conjunto de fatores e o orçamento não responde a esta exigência e não tem um ímpeto reformista que permita à economia dar-lhe competitividade e produtividade”.
Sobre a orientação do OE2023 e as preocupações notórias quanto à redução da dívida pública, Miranda Sarmento salientou que existe “uma mudança estrutural da política orçamental nos últimos dez anos que passa pela preocupação da dívida pública que é transversal no espectro político à exceção dos partidos de extrema-esquerda”.
No entender deste economista, a Europa “teve uma política monetária brutalmente expansionista na última década, foi fundamental para salvar o euro mas deu uma margem orçamental que foi pouco aproveitada pelos Governos europeus para fazer reformas estruturais”.
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