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PS viabiliza novo governo da AD. “A vontade popular deve ser respeitada”

Carlos César, presidente do PS e líder interino, reuniu-se com o Presidente da República em Belém, pela segunda vez depois das eleições, e foi acompanhado de João Torres.
29 Maio 2025, 15h57
Em atualização

Carlos César, secretário-geral interino do Partido Socialista (PS), transmitiu esta quinta-feira ao Presidente da República que “atendendo aos resultados eleitorais, e à circunstância da Aliança Democrática (AD) ser a coligação mais votada, o que é normal e o que decorre dos normativos que julgamos aplicáveis, é a indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro”.

No decorrer disso, assinalou César, “é natural que nos confrontemos no Parlamento com alguns atos constitutivos que enformam a viabilização de um novo governo”, entre as quais a apresentação de moções de rejeição do governo (o PCP já anunciou que o fará). Sobre essa matéria, “informei o Presidente da República que o nosso entendimento é que a vontade popular deve ser respeitada”, pelo que o PS não alinhará em nenhuma iniciativa que “obste à viabilização do governo que decorre das eleições”.

“Não se trata de subscrever o todo ou em parte o programa do governo”, avisou também o socialista, mas sim de “subscrever o entendimento que os portugueses tiveram do governo que pretendem na próxima legislatura”. “Essa é  a nossa obrigação”, sublinhou.

Carlos César disse ter transmitido a Marcelo Rebelo de Sousa que o PS tem disponibilidade para o diálogo com todas as forças políticas. “Seremos confrontados logo no primeiro dia com a eleição da Mesa da Assembleia da República (AR), designadamente do Presidente da AR”.

Sobre esse tema, Carlos César, que foi a Belém acompanhado de João Torres, transmitiu que tanto “a Mesa da Assembleia como o Presidente da AR são também eles o resultado da representatividade de cada um dos partidos”, o que significa que à “AD incumbe apresentar o candidato a Presidente da Assembleia e ao PS, como aliás aos outros partidos, o candidato a vice. Todos os que têm esse direito apresentam os candidatos e todos devem eleger o que todos propõem”.

Questionado sobre se a posição do PS transmitida ao Chefe de Estado foi articulada com o até agora candidato único à liderança do partido, Carlos César disse que não, justificando que não faria sentido fazê-lo numa altura em que ainda decorre o período para a apresentação de candidaturas. “Articulo em geral com todas as pessoas que entendo úteis para a formação da minha opinião”, afirmou.

Sobre se já tem uma solução para a liderança da bancada parlamentar, enquanto o novo líder do PS não é escolhido, Carlos César revelou já ter uma na cabeça, mas só a revelará depois de reunir com o secretariado nacional, que se mantém em funções.

O Presidente da República recebe esta tarde os três partidos mais votados, depois de conhecidos os resultados finais das eleições do passado dia 18, e deverá indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro.

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