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PSD acusa Governo de “enganar os portugueses” sobre linha circular do metro de Lisboa

O presidente do PSD, Rui Rio, chamou a atenção para as contradições do Governo em relação a uma eventual perda de 83 milhões de euros em fundos comunitários com a suspensão da linha circular. 
  • Cristina Bernardo
18 Fevereiro 2020, 15h37

O Partido Social Democrata (PSD) acusou esta terça-feira o Governo de ter mentido aos portugueses sobre as consequências da suspensão da linha circular do metropolitano de Lisboa. O presidente do PSD, Rui Rio, chamou a atenção para as contradições do Governo em relação a uma eventual perda de 83 milhões de euros em fundos comunitários com a suspensão da linha circular.

No primeiro debate quinzenal deste ano com o primeiro-ministro, António Costa, Rui Rio quis saber se o país poderia ou não utilizar os fundos europeus já alocados na linha circular a outros projetos, dada a variedade de versões de diferentes membros do Governo. “Não vou debater tecnicamente o mérito da linha, no fundo o que trago aqui é saber: se o Governo fala verdade aos portugueses ou se o governo mente, esta é que é a questão de fundo”, questionou.

Em causa está a aprovação de um uma proposta de alteração do PAN aprovada no Parlamento durante a votação do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), que prevê a suspensão do projeto de construção da linha circular do Metro de Lisboa. A medida, segundo o Governo, vai levar a uma perda de 83 milhões de euros alocados por Bruxelas para o projeto.

Segundo Rui Rio, o ministro do Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, “veio dizer o contrário do que disse o ministro do Ambiente [João Pedro Matos Fernandes]” e veio dizer o mesmo que o primeiro-ministro, António Costa.

“O papel que o senhor ministro do Ambiente [João Pedro Matos Fernandes] deu agora ao senhor ministro não tem nada a ver com aquilo que o senhor ministro do Ambiente disse publicamente, enganando os portugueses e dizendo que aquilo que a Assembleia decidiu levava simplesmente à não utilização do dinheiro [83 milhões de euros em verbas comunitárias]”, afirmou Rui Rio.

Em resposta ao presidente do PSD, António Costa sublinhou que “a linha não está suspensa e os trabalhos não estão suspensos”. “Se viesse a ser suspensa, uma coisa é certa os 803 milhões de fundos comunitários não podem ser alocados a outro objetivo”, disse, sublinhando que “é materialmente impossível” desviar para outra linha do metro de Lisboa em tempo útil.

Mais grave do que a contradição entre ministros é, segundo Rui Rio, o facto de “um partido com responsabilidades de já ter governado este país e de ter aprovado esta linha” ter vindo apoiar “levianamente” a suspensão do projeto. “Isto é que é gravíssimo”, salientou.

A suspensão da linha circular do Metro de Lisboa foi aprovada com os votos favoráveis do PSD, BE, PCP e Chega, os votos contra do PS e da Iniciativa Liberal e a abstenção do CDS-PP. O grupo parlamentar do PS já disse, no entanto, que vai recorrer da decisão ao Tribunal Constitucional.

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