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PSD de Lisboa questiona Governo sobre “impreparação” do SNS para dar resposta a eventual segunda vaga da Covid-19

Em causa está, segundo o PSD, a “incapacidade de resposta” dos serviços de urgência do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, em dar resposta à “anormal afluência” registada. Os social-democratas alertam ainda que essa afluência pode vir a aumentar em caso de sobreposição do pico da gripe com uma possível segunda vaga de Covid-19.
3 Agosto 2020, 13h33

A distrital de Lisboa do Partido Social Democrata (PSD) pede ao Governo que esclareça se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está (ou não) devidamente preparado para dar resposta a uma eventual segunda vaga de Covid-19. Em causa está, segundo o PSD, a “incapacidade de resposta” dos serviços de urgência do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, à afluência registada e que pode vir a aumentar com o pico da gripe.

O presidente da distrital de Lisboa do PSD, Ângelo Pereira, considera, num comunicado enviado às redações, que o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, tem dito que o país está preparado para uma segunda vaga da Covid-19 “sem conteúdo real”. Isto porque, segundo o PSD, o Hospital São Francisco Xavier tem demonstrado vários “constrangimentos” em lidar com o aumento de procura dos serviços hospitalares devido à pandemia.

“Há cerca de três semanas, ouvimos, por parte do secretário de Estado da Saúde, que Portugal estaria preparado para uma segunda vaga, mas a verdade no terreno é que as unidades de saúde não têm sido devidamente reforçadas para responder aos desafios que temos pela frente. Das duas uma: ou o secretário de Estado da Saúde fez esta declaração de intenção sem conteúdo real, ou este processo está evidentemente a falhar”, refere Ângelo Pereira.

As críticas do PSD surgem depois de, na semana passada, a Direção Regional da Delegação do Sul do INEM ter denunciado que o Hospital São Francisco Xavier tem vindo a recusar doentes transportados em ambulância até às 00h00 de sexta-feira devido a “constrangimentos no serviço” motivados por uma “afluência anormal ao serviço de urgência”. Os doentes são, assim, deslocados para hospitais longe da sua área de residência.

Também o Hospital Amadora-Sintra enviou, em junho, pelo menos, quatro pessoas infetadas com Covid-19 para o Hospital de Santarém, devido à “falta de capacidade” para admitir novos doentes.

A distrital de Lisboa do PSD questiona “como é que é possível que, perante a situação que o país atravessa, o Governo não assegure as condições necessárias para que os hospitais e as unidades de saúde tenham capacidade de resposta para os desafios que se avizinham” e defende que é preciso “agir proativamente” para garantir uma resposta atempada em caso de “sobreposição do pico da gripe com a segunda vaga da Covid-19”.

“A questão que se coloca é se neste momento presenciamos tamanhos constrangimentos, como podemos esperar uma resposta digna e eficiente no Inverno, no pico de gripe sazonal? Apesar de não ser certa uma segunda vaga de Covid-19, os especialistas apontam para a sua elevada probabilidade. Torna-se urgente assegurar o bom funcionamento do SNS com o reforço das equipas”, defende Ângelo Pereira.

E acrescenta: “A preparação tem que começar agora, com mais do que apenas intenções, mas com evidência e ação no terreno”.

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