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PSD diz que “há indícios claros de gestão danosa” na Caixa

Deputado social-democrata Duarte Pacheco diz, sobre o relatório do inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos, que “falar em abstracto sem colocar nomes é uma tentativa escondida de querer justificar comportamentos que todos sabemos hoje serem inaceitáveis”.
17 Julho 2019, 12h57

O PSD vai mais longe sobre as conclusões da comissão de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos e considera que existem “indícios claros de gestão danosa” no banco público.

Em conferência de imprensa, no Parlamento, o deputado social-democrata Duarte Pacheco antecipa que muitas das conclusões do relatório preliminar que será votado esta quarta-feira à tarde deverão ser unânimes, mas que “podem haver outras que o não são”.

“Portanto temos que dizer que não houve gestão sã nem prudente, mas há indícios claros de gestão danosa”, realçou.

O PSD assegura que não irá “branquear comportamentos” e colocará o “dedo na feria”: “entendemos que falar em abstracto sem colocar nomes é uma tentativa escondida de querer justificar comportamentos que todos sabemos hoje serem inaceitáveis”.

“Dizer que a gestão não foi sã nem prudente é unânime hoje, mas é pouco”, disse Duarte Pacheco. O deputado acrescentou que “um banco que deveria ter cuidados redobrados” foi “gerido de forma mais displicente do que bancos privados”.

“Mas eu pergunto: quantos de vós e quantos portugueses têm hoje duvidas de que houve uma gestão danosa da CGD para que depois tenhamos que pôr mais seis mil milhões de euros do dinheiro dos contribuintes na CGD”, referiu.

O relatório preliminar da CPI à CGD, apresentado na segunda-feira, dia 15 de julho, aponta que a maioria das perdas teve origem nos anos do mandato da administração liderada por Santos Ferreira. O vice-presidente Maldonado Gonelha, os administradores Armando Vara e Francisco Bandeira tiveram, segundo os trabalhos da comissão, intervenção direta nos créditos mais problemáticos e aponta ainda falhas de supervisão e críticas ao Ministério das Finanças.

“Foi evidente, nesta comissão, que a CGD não foi gerida de forma sã e prudente, na concessão de vários dos créditos analisados”, conclui o relatório preliminar. Sem surpresa, o relatório destaca  oito casos mais problemáticos: BCP (onde se inclui o caso Berardo), Vale do Lobo, Grupo Lena, Opway, Cimpor, Boats Caravela, Espanha e Crwon Bank.

O relatório preliminar sinaliza ainda que a supervisão exercida pelo Banco de Portugal (BdP) foi “exercida uma supervisão do sistema financeiro de forma burocrática, não procurando olhar para além dos rácios de solvabilidade e níveis adequados de liquidez, de cada banco, e não percebendo o risco sistémico de algumas operações”. O documento acrescenta que o regulador confiou de forma “extrema” nas decisões tomadas dentro do banco estatal.

(Atualizado às 13h03)

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