O PSD venceu as eleições na Região Autónoma da Madeira, de domingo, ao obter 43,4% dos votos, elegendo 23 deputados, e ficando a um deputado da maioria absoluta, de acordo com os resultados da plataforma do Ministério da Administração Interna (MAI). Já o líder do PS anunciou que vai abrir um processo interno para a liderança mas só depois das [eleições] autárquicas.
Os sociais-democratas subiram o número de mandatos de 19 para 23 deputados face às últimas regionais realizadas em maio de 2024, e reforçou a sua votação de 36,1% para os 43,3%.
Seguiu-se o Juntos Pelo Povo (JPP) que passou de nove para 11 deputados, com a votação a crescer de 16,8% para 21%, enquanto que o PS passou de 11 para oito deputados e viu os votos reduzirem-se de 21,3% para 15,6%.
O Chega passou de quatro para três deputados e os votos caíram de 9,2% para 5,4%, enquanto que o CDS-PP passou de dois para um deputado e os votos desceram de 3,9% para 3%.
A Iniciativa Liberal (IL) manteve o deputado mas viu a sua votação recuar de 2,5% para 2,1% e o PAN perdeu a representação parlamentar.
A taxa de votação foi de 55,9% ficando acima dos 53,4% das eleições de maio de 2024.
Os resultados eleitorais deixam em aberto a possibilidade de PSD e CDS-PP chegarem a um entendimento para assegurar a governação na Região, embora os respetivos líderes não tenham deixado nada claro relativamente a este assunto na noite eleitoral, de domingo.
O líder do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, questionado na noite eleitoral sobre que entendimentos faria para assegurar a governação da Região, disse que “os nossos parceiros privilegiados todos sabem quais são”.
Refira-se que PSD e CDS-PP asseguraram um acordo de Governo após as regionais de 2019, para formar uma maioria no Parlamento. Em 2023 os dois partidos foram coligados e venceram as eleições, mas foi preciso um acordo parlamentar com o PAN, que elegeu uma deputada, para assegurar a maioria no Parlamento.
Contudo a Madeira nas eleições em maio de 2024, PSD e CDS-PP concorreram separados, num ato eleitoral vencido pelo PSD. Após as eleições o PSD e o CDS-PP chegaram a um acordo parlamentar, contudo juntos não tinham maioria absoluta no Parlamento.
Na noite eleitoral de domingo o líder do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, disse que os resultados eleitorais mostraram que a população quer “estabilidade política e governabilidade”, e um Governo para quatro anos.
O líder centrista apesar de ter referido que a população “pode contar com o CDS-PP para que a Madeira possa ter mais estabilidade política”, disse também que o partido se vai reunir para refletir sobre os resultados e que depois vai comunicar qual é a posição sobre os próximos passos a tomar.
O PS viu o líder regional, Paulo Cafôfo, a assumir a derrota dos socialistas e a anunciar que vai abrir um processo interno para a liderança mas depois das eleições autárquicas. Cafôfo salientou que vai dirigir o partido nos próximos atos eleitorais em referências às legislativas nacionais e às autárquicas.
“Assumo a derrota por este resultado. É da minha responsabilidade. Fiz-me o melhor que sabia. Entreguei-me a estas eleições com toda a garra e todo o querer. O resultado não foi o que eu queria. Aceito esta derrota e aceito a derrota com a cabeça erguida. Lutei com todas as minhas forças por este projeto”, acrescentou Cafôfo.
Quem se excluiu de um acordo com o PSD foi o Chega.
O líder do Chega Madeira, Miguel Castro, lembrou que o partido disse que “não negociava” com um Governo de Albuquerque. “A não ser que o PSD queira afastar Miguel Albuquerque”, reforçou o líder do Chega.
“Não podemos pactuar com um Governo de Albuquerque”, acrescentou o líder do Chega Madeira.
Quando ao Juntos Pelo Povo (JPP) deixou em aberto a possibilidade de eventualmente poder ainda vir a formar Governo na Região. Isto porque o líder do JPP, Élvio Sousa, fez um apelo a que não haja pressa por parte do Representante da República, Ireneu Barreto, na altura de decidir qual será a solução governativa para a Região.
Em termos teóricos este seria um caminho possível tendo em conta que JPP, PS, Chega e CDS-PP teriam 24 deputados contra os 23 deputados do PSD.
Élvio Sousa rejeitou ainda que o JPP seja um partido de protesto ao afirmar que o JPP é “um partido de Governo”.
Élvio Sousa em reação ao resultado eleitoral, e não existindo um partido com maioria absoluta, disse que nesta altura “não vai falar de entendimentos” e confirmou que o partido vai reunir na segunda-feira (hoje) a Comissão Política, de modo a analisar os resultados das eleições regionais, seguindo-se uma auscultação ao povo, para depois decidir qual será o próximo passo.
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