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PSI 20 cai 0,52% arrastado por BCP e CTT

Destaque esta sexta-feira para a valorização de títulos como a EDP Renováveis, NOS e Jerónimo Martins, sendo que estes bons desempenhos contrastaram em absoluto com a queda das ações do BCP e CTT.
  • Cristina Bernardo
3 Abril 2020, 17h31

O índice nacional PSI 20 fechou a última sessão da semana nos 3.972 pontos numa perda de -0,52%) depois de três dias de oscilações significativas.

Esta sexta-feira, o índice nacional manteve a tendência do dia anterior e acabou por denotar pouca variação.

Destaque esta sexta-feira para a valorização de títulos como a EDP Renováveis (+0,97% para 10,42 euros), NOS (+2,20% para 3,07 euros) e Jerónimo Martins (+1,61% ara 16,10 euros), sendo que estes bons desempenhos contrastaram em absoluto com a queda das ações do BCP (-5,21% para 0,0891 euros) e dos CTT (-3,49% para 2,21 euros). Mas também da Corticeira Amorim que tombou (-4,38% para 8,08 euros), da Novabase (-3,05% para 2,540 euros). Também a Semapa recuou -2,93% para 7,95 euros.

Depois de três dias de oscilações mais significativas, ontem e hoje o mercado nacional acabou por variar muito pouco. Hoje, a razão para esta oscilação ténue prendeu-se com a valorização de títulos como a EDPR, a NOS e a Jerónimo Martins que contrastou com a queda das ações do BCP e dos CTT.

O banco já ontem tinha caído 6% e hoje voltou a perder terreno, “numa altura em que diversas instituições bancárias europeias tomam medidas para mitigar os efeitos da pandemia, como por exemplo a suspensão do pagamento de dividendos”, diz o BPI.

A Jerónimo Martins avançou mais de 1%. O analista do BPI destaca que “no que respeita ao mercado polaco, a Dino Polska informou sobre as suas aberturas de lojas no 1 trimestre de 2020. A empresa concluiu o processo de investimento que envolvia a abertura de 39 lojas no primeiro trimestre de 2020, em comparação com as 33 novas inaugurações no mesmo período do ano anterior”. O CaixaBank BPI Research acredita é possível observar alguns atrasos na expansão deste ano devido ao surto do Covid-19.

“Ainda assim, o efeito armazenamento contínuo, que acredita que venha a ter um efeito líquido-positivo no ano, deve compensar a perda nas vendas pela menor contribuição de espaço. De lembrar que a Jerónimo Martins projetou mais 100 lojas líquidas da Biedronka em 2020. Isto representa uma contribuição da área de vendas de em torno dos 2,8%”, conclui o analista do BPI no seu comentário de fecho.

Na Europa o panorama não foi melhor. Com o EuroStoxx 50 a fechar com uma queda de 0,95% para 2.663 pontos. “O setor energético contraria recuperação expressiva dos preços de petróleo”, refere o analista do BCP, Ramiro Loureiro.

Os mercados europeus fecham em baixa, “numa sessão em que os números finais dos PMI serviços da Zona Euro revelaram uma contração mais brusca que o previsto da atividade terciária em março, em especial em Itália e em Espanha, os dois países mais afetados pelo Covid-19 na região”, refere o mesmo analista da Mtrader.

Já nos EUA foi revelado que as economia norte-americana (excluindo o setor primário) destruiu bem mais postos de trabalho que o esperado em março, mas a atividade terciária ter-se-á expandido inesperadamente no mês passado, detalha Ramiro Loureiro.

O FTSE 100 de Londres desceu -1,18% para 5.415,5 pontos; o CAC recuou -1,57% para 4.154,6 pontos; o Dax perdeu -0,47% para 9.525,77 pontos; o italiano FTSE MIB liderou as perdas aos cair -2,67% para 16.384,3 pontos.

O IBEX de Madrid contrariou a tendência e subiu +0,11% para 6.581,6 pontos.

O analista do BPI explica que os mercados europeus fecharam em baixa, “num dia em que os investidores se focaram mais nos indicadores económicos publicados nos dois lados do Atlântico e na evolução do preço do crude”.

De acordo com a Reuters, a atividade empresarial da Zona Euro entrou em colapso no mês passado, perante as medidas para conter a pandemia de coronavírus, que levaram governos em todo o continente a fechar grandes partes de suas economias.

O índice de atividade PMI na Zona Euro caiu dos 51,6 em fevereiro para os 29,7 em março, o mínimo histórico. O setor dos serviços também registou um nível mínimo recorde, nos 26,4 contra os 52,6 em fevereiro.

Nas empresas a Ryanair informou que prevê que o lucro após impostos para o ano fiscal de 2020 se situe no mínimo do seu intervalo de previsões, devido ao atual estado de pandemia e informou que ainda não tem condições para fornecer estimativas para o ano fiscal de 2021.

Ainda “no campo empresarial, o setor bancário continua a dar sinais de que está a tomar medidas para combater os efeitos desta pandemia: o BNP Paribas e o Santander também anunciaram o cancelamento dos seus dividendos relativos a 2019”, realça o BPI.

Destaque para o facto de o Conselho do BCE ter decido estender o cronograma para a revisão da estratégia de política monetária do banco central.

Na situação atual, os órgãos de decisão e o pessoal do BCE e os bancos centrais nacionais do Eurosistema estão a concentrar todos os seus esforços no combate aos desafios colocados pela pandemia de coronavírus. A conclusão da revisão da estratégia será, portanto, adiada do final de 2020 para meados de 2021.

“Nas matérias-primas os preços do petróleo prolongaram o rally surpreendente de ontem, no entanto, o setor Energético acabou por não refletir esse movimento e até foi quem mais caiu no Stoxx 600, com a Total a perder mais de 7% e a Shell e ENI mais de 5%”, disse por sua vez o analista do Millennium bcp.

O petróleo Brent, em Londres, valoriza +9,52% para 32,79 dólares.

O euro caiu -0,68% para 1,0784 dólares.

No mercado de dívida soberana, as bunds alemãs descem -0,66 pontos base para -0,44%. A dívida portuguesa sobe +2,42% para 0,88%; Espanha escala +3,39% para 0,74%; e a dívida italiana agrava +8,26 pontos base para 1,55%.

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