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PSI-20 lidera dia de ganhos europeus com juros da dívida pública a caírem

As yields da dívida pública em queda, reflexo da melhoria do risco dos Estados, e a revisão em alta das previsões da OCDE puxaram pelos mercados de ações europeus. Por cá a EDP disparou mais de 4% o que ajudou à festa.
9 Março 2021, 17h44

O PSI-20 liderou o dia de ganhos europeus, numa sessão em que a tecnologia volta as ser destaque. As ações do sector tecnológico recuperam à medida que as yields das dívidas soberanas continuam a cair.

O índice da bolsa de Lisboa fechou a subir 1,04% para 4.737,02 pontos.  A estrela da sessão foi a EDP que valorizou 4,42% para 4,72 euros. A EDP Renováveis avançou 2,91% para 17 euros por ação.

As ações da Altri subiram 1,83% para 6,13 euros e as da Navigator ganharam 1,27% para 2,86 euros. Outro título que se destacou nas subidas foi os CTT. As ações dos Correios subiram 1,80% para 2,54 euros.

A ação que mais caiu foi a do BCP, que recuou 1,51% para 0,1176 euros. Seguiu-se a Corticeira Amorim que perdeu 0,90% para 10,96 euros; a Galp também fechou em queda de 0,82% para 10,30 euros. A Pharol recuou 0,83% e a Semapa desceu 0,17% aproximando-se agora mais do valor da OPA, ao cotar a 11,78 euros. A empresa já divulgou o relatório do seu conselho de administração que considerou a oferta adequada.

Ao todo sete empresas do PSI fecharam em terreno negativo.

“As bolsas europeias registaram um dia de ganhos, num dia com alguns triggers de relevo e em que o PSI20 acabou por liderar, ao ganhar mais de 1%. O alívio das yields de divida soberana, em especial na zona euro mas também nos EUA, esteve a animar os investidores desde o arranque da sessão”, refere o analista Ramiro Loureiro, do Millennium investment banking.

O EuroStoxx 50 avançou 0,61% para 3.786,05 pontos e o Stoxx 600 fechou em alta de 0,86%.

O FTSE 100 fechou em alta de 0,17% para 6.730,34 pontos; o CAC fechou a subir 0,37% para 5.924,97 pontos; o DAX subiu 0,40% para 14.437,9 pontos; o FTSE MIB ganhou 0,57% para 23.816,5 pontos e o IBEX valorizou 0,62% para 8.496,4 pontos.

O verde dominou a Europa depois do Outlook Económico da OCDE que mostrou uma subida das projeções de crescimento para este ano, com destaque para a revisão em alta para os EUA, estimando que a economia norte-americana cresça 6,5% em 2021. “Esta conjugação puxou pelo setor tecnológico nos EUA, onde o índice Nasdaq 100 valorizava cerca de 3,5% pelas 16h30m, contagiando igualmente este lado do Atlântico”, diz o analista do BCP.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico prevê para a zona euro, um crescimento do PIB de 3,9%, mais três décimas do que na estimativa anterior. Para esta melhoria contribuiu a revisão em alta da expansão económica na Alemanha e Espanha, já que, apesar dos crescimentos económicos, as previsões para França e Itália pioraram face a dezembro.

De acordo com as previsões económicas intercalares, o crescimento da zona euro, uma melhoria face às previsões de dezembro, alicerça-se nos crescimentos de França (5,9%), Espanha (5,7%), Itália (4,1%) e Alemanha (3,0%).

“As perspetivas económicas mundiais melhoraram marcadamente nos últimos meses” e uma das razões prende-se com a “distribuição gradual de vacinas eficazes” contra a Covid-19, diz a OCDE.

O relatório indica que “as perspetivas económicas mundiais melhoraram marcadamente nos últimos meses, ajudadas pela distribuição gradual de vacinas eficazes, anúncios de apoio orçamental adicional em alguns países, e sinais de que as economias estão a lidar melhor com medidas para suprimir o vírus”.

Nas previsões de crescimento económico, divulgado esta terça-feira, a OCDE, liderada por Ángel Gurría, refere, no entanto, que “há cada vez mais sinais de divergência entre países e setores”, com o confinamento a “bloquear o crescimento em alguns países e no setor dos serviços a curto prazo, ao passo que outros beneficiarão de políticas de saúde eficazes, distribuição de vacinas mais rápida e forte apoio de políticas”.

A OCDE estima ainda que o crescimento económico mundial atinja os 5,6% em 2021 (subida de 1,4 p.p.) e 4,0% em 2022 (subida de 0,3 p.p.) e que o G20 (grupo das economias mais desenvolvidas do mundo) deverá crescer 6,2% em 2021 (subida de 1,5 p.p. face às previsões de dezembro) e 4,1% em 2022 (subida de 0,4 p.p.).

“De notar ainda a comunicação de que na semana passada o BCE acelerou o ritmo de compra de obrigações ao abrigo do programa de emergência, depois dos legisladores terem advertido que o movimento mais recente de subida das yields atrapalha a recuperação económica da região”, destaca ainda o analista do Millennium BCP.

As yields da dívida alemã a 10 anos caiu 2,31 pontos base para -0,30%. Já a dívida portuguesa no mesmo prazo cai 3,66 pontos base para 0,26%. Espanha tem os juros igualmente em queda de 3,53 pontos base para 0,36% e Itália vê os juros recuarem 6,4 pontos base para 0,69%.

O euro aprecia 0,33% para 1,1886 dólares.

No mercado do petróleo o Brent, referência na Europa, cai 1,19% para 67,43 dólares.

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