No rescaldo da divulgação dos resultados das eleições autárquicas, os líderes dos partidos com representação parlamentar fizeram uma balanço dos dados obtidos e a maioria achou que alcançou os objetivos, embora também alguns representantes partidários tenham assumido que os resultados ficaram “aquém dos esperado”.
“O partido socialista continua a ser o maior partido autárquico nacional”, diz Costa
Apesar da derrota de Medina, do Partido Socialista (PS), para Carlos Moedas (da coligação de direita), em Lisboa, o secretário geral do PS, António Costa sublinhou a relevância do partido a nível nacional. “O Partido Socialista continua a ser o maior partido autárquico nacional, tendo a terceira vitoria eleitoral consecutiva em eleições autárquicas, quer em número de camaras, quer em número de freguesias”, referiu aos jornalistas durante noite das eleições autárquicas onde o PS conquistou 147 câmaras municipais.
Durante o discurso, António Costa assumiu a derrota de Fernando Medina, que falhou a reeleição para a Câmara de Lisboa, perdendo a autarquia para o social-democrata Carlos Moedas, algo que considerou “inesperado”. “A forma como Fernando Medina assumiu esta derrota foi com total dignidade e frontalidade”, disse à saída do Pátio da Galé.
Rui Rio e os objetivos para as eleições autárquicas “todos alcançados”
Depois de conhecidos os resultados, o presidente do Partido Social Democrata (PSD) apontou, aos jornalistas, que o partido conseguiu “mais votos, mais eleitos, mais presidentes e redução da diferença para o PS. Os objetivos definidos pelo PSD para as eleições autárquicas foram todos alcançados”. O PSD conquistou 109 autarquias.
Assim, Rui Rio acredita que o PSD está “em muito melhor condições de ganhar as eleições de 2023”. “Este resultado é um impulso importante para o futuro do PSD e do país, futuro esse que ficou privado, que não se resolve com rajadas de promessas aos eleitores”, completou.
Durante noite eleitoral, o líder social democrata enalteceu que: “Ganhámos 31 novos presidentes de câmara, e perdemos 15, mas ainda não esta tudo fechado. Melhor que em 2013 e em 2017”. O presidente do PSD criticou ainda as sondagens dos últimos meses que indicavam que Fernando Medina iria ser reeleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e Carlos Moedas ficaria em segundo lugar, quando na verdade Moedas foi eleito autarca da cidade de Lisboa com 34,25% dos votos.
“Não acertaram praticamente em nada. Era tempo de acabarmos com isso ou acabamos com as sondagens ou fazemos sondagens decentes”, disse Rui Rio.
Jerónimo de Sousa: “Resultados ficaram aquém”
Depois do PSD, a CDU (coligação entre PCP e PEV) foi a força política que mais peso teve a nível nacional tendo conseguido 19 autarquias. No entanto, a CDU perdeu sete câmaras, mas recuperou uma de 2017. O partido anteriormente tinha 24 autarquias e agora conta com 18.
Em reação aos resultados das Jerónimo de Sousa, o líder do Partido Comunista Português, manifestou o seu desagrado para com os resultados obtidos e admitiu que os dados que estavam a ser divulgados mostravam que a CDU “ficou aquém dos objetivos colocados”. Ainda assim, o representante do PCP defendeu que “a CDU independentemente de perdas confirma-se como uma grande força de poder local”.
João Cotrim Figueiredo acredita que resultados das autárquicas fizeram partido ganhar “futuro”
“Para que fique claro, a IL não ganhou estas eleições, mas ganhou o futuro. O futuro é liberal, já tinha essa convicção e o que vocês fizeram por esta campanha e os resultados que hoje apresentamos dão-nos essa certeza”, afirmou Cotrim de Figueiredo na sede da IL, no Porto. O partido conta com 22 mandatos nas assembleias municipais do país, tendo conseguido eleger vereadores em câmaras como Lisboa, Porto, Oeiras, Guimarães, Faro, Ponta Delgada, Cascais ou Odivelas, entre outras
Francisco Rodrigues dos Santos acredita que partido “superou todos os objetivos”
O líder do CDS-PP considerou que o partido superou todos os objetivos a que se tinha proposto para esta eleição autárquica. Os centristas venceram em cinco câmaras do país.
“Com muita honra e orgulho anúncio que o CDS-PP superou todos os objetivos a que se propôs para estas autárquicas”, disse o líder centrista. O CDS tinha-se comprometido a manter as seis câmaras que governava e aumentar o número de autarcas.
“O desafio era mais acrescido pelo facto de existir hoje, mais forças políticas a concorrer”, diz Inês de Sousa Real
“Sabíamos desde o primeiro momento que o desafio era mais acrescido pelo facto de existir hoje, mais forças políticas a concorrer. Forças políticas que têm estado em crescimento, independentemente das divergências ideológicas profundas”, frisou a porta-voz do PAN no seu discurso na noite da revelação dos resultados das eleições autárquicas.
Esta segunda-feira, à agência “Lusa”, Inês de Sousa Real destacou a eleição de deputados municipais do partido em autarquias onde o partido não tinha representação.
No seu discurso na noite eleitoral a representante do PAN mencionou ainda que “os elevados níveis de abstenção têm de ser objeto de uma profunda reflexão, mas sobretudo de um trabalho sério”, disse Inês de Sousa Real. Para o PAN, é preciso compreender porque motivo “mais de metade dos portugueses e portuguesas ato, após ato eleitoral tenham optado por não exercer o direito de voto e dessa forma demitirem-se de escolher de quem decide sobre a sua vida”.
“Fizemos o nosso trabalho”, considera Catarina Martins, admitindo “maus resultados”
Esta segunda-feira, em conferência de imprensa a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins sublinhou “os maus resultados que assumimos e lamentamos”. “Temos no entanto alguns resultados que saudamos como positivos”, acrescentou sobre a eleição de alguns vereadores.
Depois de saber os primeiros resultados das eleições autárquicas, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, afirmou, em conferência de imprensa que: “Sabemos que fizemos o nosso trabalho porque não há sítio nenhum no país onde as pessoas não saibam as prioridades da habitação, do transporte, do ambiente, da igualdade que vão marcar a atuação de todos os eleitos e eleitas do Bloco de Esquerda a partir desta noite”
A bloquista sublinhou que os resultados demonstram indícios “positivos” para o partido. O BE perdeu vereadores que tinha conseguido eleger em 2017 em localidades como Portimão, Amadora, Vila Franca de Xira, Abrantes, Torres Novas, Seixal e Moita. No entanto, elegeu Beatriz Gomes Dias como vereadora em Lisboa, Sérgio Aíres, como vereador no Porto e Joana Mortágua será vereadora em Almada.
A partir do Capitólio de Lisboa, Catarina Martins afirmou que “o Bloco tem toda a disponibilidade para continuar a ser uma solução na Câmara de Lisboa”.
André Ventura: “Ficaremos agora à espera para ver quem falará por último e ficará a a sorrir”
O líder do Chega admitiu que a “vitória não foi total”. No entanto, na noite eleitoral destacou “casos, como Benavente, Entroncamento, Santarém, onde o Chega elegeu vereadores decisivos que vão decidir as maiorias, os acórdãos que não queriam fazer e aquele que diziam com quem nunca falariam: ficaremos agora à espera para ver que falará por último e ficará a a sorrir”.
Numa primeira reação aos resultados eleitorais revelados pelas televisões, André Ventura frisou ainda que o partido estava “em terceiro lugar em várias câmaras municipais do país”.
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