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“Qualquer injeção no Novo Banco deverá ser realizada diretamente pela banca”, defende Bloco de Esquerda

“Se este é um problema entre bancos como nos têm dito, então ele tem de ser resolvido entre bancos, sem colocar o Fundo de Resolução, os contribuintes a intermediar e a garantir esta capitalização”, disse Mariana Mortágua. Questionada sobre se as condições do BE para o Novo Banco podem travar o apoio do partido à viabilização do OE 2021, a deputada bloquista não respondeu.
2 Outubro 2020, 12h48

O Bloco de Esquerda (BE) defendeu esta sexta-feira, 2 de outubro, que qualquer nova injeção no Novo Banco deve ser “realizada pela banca”, numa apresentação das propostas do partido sobre a instituição liderada por António Ramalho.

“Qualquer injeção deverá ser realizada diretamente pela banca, sem financiamento do Estado, sem empréstimo dos bancos que cria mais dívida”, explicou Mariana Mortágua durante a sua apresentação na sede do BE em Lisboa esta sexta-feira.

Mariana Mortágua frisou que “se este é um problema entre bancos como nos têm dito, então ele tem de ser resolvido entre bancos, sem colocar o Fundo de Resolução, os contribuintes a intermediar e a garantir esta capitalização”.

A deputada do BE defende ser preciso “capitalizar diretamente o Novo Banco e deixar os contribuintes fora deste jogo”, e garante, está é uma medida onde “não há um aumento da dívida pública nem o défice” e “não requer qualquer garantia pública”.

“Quanto mais o Fundo de Resolução for sobrecarregado independentemente da forma de como essa sobrecarga aconteça, mais irá sobrecarregar a contas públicas”, assegurou a deputada bloquista sublinhando que “a única posição que defende os interesses do Estado, os interesses dos contribuintes e os interesses do sistema bancário é através das injeções ao abrigo de um contrato que nem é possível dizer que está a ser cumprido”.

“Sabemos nós que o Fundo de Resolução está numa situação financeira muito difícil, sabendo que a Lone Star está a ter uma gestão abusiva, sabendo que estão a ser registados prejuízos no Novo Banco que nem o Estado, nem o Fundo de Resolução, nem a comissão de acompanhamento tem condições de garantia”, apontou Mariana Mortágua.

Assim, o Bloco de Esquerda reforça a ideia da “exclusão de novas injeções no Novo Banco no Orçamento de Estado para 2021”, mas também a de “não ter verba para o Novo Banco sem que a auditoria das contas esteja feita”. Mariana Mortágua destacou ser necessário “travar o abuso da Lone Star”, o “fundo abutre”, que “está a registar prejuízo de forma apressada e descuidada sem nenhuma verificação”.

Mariana Mortágua recordou também que o partido exigiu ao Banco de Portugal que enviasse ao Parlamento o relatório da própria ação do Banco de Portugal na intervenção do BES. “É por isso que exigimos uma auditoria pública e independe à gestão do Novo bBnco”.

Outra das exigências é a de “substituir a administração do Fundo de Resolução, que já mostrou que não tem capacidade para fazer a fiscalização do Novo Banco e é importante ser substituído por quem consiga fazer essa analise de forma rigorosa , mas também defendemos que este Orçamento de Estado não pode ser integrado numa verba do Novo Banco sem que a auditoria das contas esteja feita”, afirmou a deputada do Bloco de Esquerda.

No entanto, Mariana Mortágua, quando questionada pelos jornalistas, não esclareceu se o partido irá inviabilizar o Orçamento de Estado para 2021 caso estas exigências não sejam cumpridas pelo executivo de António Costa.

A proposta mais recente do Governo é a de convidar  a Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander e BPI para formarem um sindicato que financie o Novo Banco, avançou o Jornal Económico esta sexta-feira.

 

 

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