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“Quanto mais adiamos, mais pagamos o preço da mudança nas cidades”, diz senior partner da Saraiva + Associados

Jorge Catarino defende que a sustentabilidade, tecnologia, comunidade e oportunidade são os quatro pilares essenciais que “devem nortear as mudanças nas cidades” e que Portugal não pode demorar mais a agir.
17 Março 2025, 09h57

Que visão temos para as nossas cidades? Que cidades queremos deixar às futuras gerações? Que modelos nos inspiram? Estas foram algumas das questões levantadas na conferência ‘Zona de Impacto Global – Pensar o ESG”, organizado pelo Jornal Económico em parceria com o Novobanco e que decorre na Faculdade de Arquitetura de Lisboa esta segunda-feira e que tem como foco o debate sobre a importância do ESG (ambiental, social e governança) para um mercado mais sustentável e justo.

Jorge Catarino, arquiteto e senior partner da Saraiva + Associados e ex-diretor municipal de planeamento urbano de Lisboa, defende que as cidades estão em permanente evolução, “são verdadeiros organismos vivos, pulsantes e dinâmicos” e como tal não é possível adiar mais a mudança que as cidades pedem.

“Quanto mais tempo demorarmos a agir, menor será a probabilidade de sucesso na mudança. Não somos um país rico, mas atuamos como tal. Quanto mais adiamos, mais pagamos o preço da mudança”, afirmou, relembrando que  até 2050, prevê-se que 70% da população mundial resida em áreas urbanas.

Para o responsável essa mudança assenta em quatro pilares fundamentais: sustentabilidade, tecnologia, Comunidade e oportunidade.

O desenvolvimento urbano em Portugal aponta para uma concentração urbana de Caminha a Setúbal e ao longo da costa Algarvia. Um interior disperso, mas não menos produtivo. Uma grande área metropolitana, percorrendo o litoral centro e norte, com braços a entrarem pelo interior, com a coluna vertebral da Estrada Nacional N2 a unir esse interior.

“As cidades assumirão as centralidades desta mega-urbe e terão de garantir a permanência das suas características mais marcantes e que fizeram delas os polos de atracção principal da sua existência”, salientou.

Face a este cenário, Jorge Catarino defende que as opções para essa garantia podem passar: pela colmatação do tecido urbano e a sua reabilitação, quando os meios são escassos e há que otimizar recursos, pela a construção em altura em zonas de expansão otimizando o uso do espaço urbano, reduzindo o consumo de energia, aumentando a permeabilidade dos solos e da produção de agrícola (hortas urbanas).

“As cidades estão em constante transformação, são organismos vivos. E essa mudança é impulsionada pelas pessoas, pelas suas escolhas, pelos seus desejos, muitas vezes sem que se apercebam da forma como as cidades, por sua vez, as moldam”, sublinhou.

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